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Homem que correu com dorsal de mulher nunca pensou que chegaria em segundo lugar

Jorge Canteiro chegou a pagar cinco euros de inscrição e lamenta o que aconteceu

Jorge Canteiro, 43 anos, do Carregado, conseguiu arranjar à última hora um dorsal de uma senhora que estava inscrita na prova dos 15km de Benavente que decorreu a 16 de Setembro. Sem tempo para informar a organização, entrou na corrida já que se encontrava lesionado e nunca pensou que poderia interferir com os primeiros lugares no escalão das mulheres.

Um dos homens que correu com o dorsal de uma atleta feminina na prova dos 15km de Benavente, que decorreu no dia 16 de Setembro, e estragou os resultados no escalão das senhoras ao chegar à meta em segundo lugar, assegura que não agiu de “má-fé”. Jorge Canteiro, 43 anos, não conseguiu inscrever-se no dia da prova e à última hora arranjou o dorsal de uma senhora. Não se preocupou em informar a organização porque iria correr a um ritmo tão lento devido a uma lesão que jamais pensou que chegaria em segundo lugar. O atleta da equipa Açoreana Clube Banif levantou-se no dia 16 de Setembro para realizar um pequeno treino de manhã e lembrou-se que poderia realizar esse treino na prova de Benavente. “Pensei que seria uma forma de ajudar a colectividade. Bastava-me passar a ponte”, explica o morador do Carregado, que não se inscreveu antecipadamente porque andava com uma pequena lesão. Veio mais cedo para a prova e garante que tentou por diversas vezes inscrever-se, tendo sempre sido rejeitado.Faltavam cerca de 10 minutos para a prova começar quando encontrou uma senhora que se tinha enganado na inscrição. Em vez de se inscrever na mini-corrida tinha-se inscrito na prova dos 15km. Jorge Canteiro ofereceu-se para pagar a inscrição da senhora na mini-corrida e em troca ficou com o dorsal que estava no nome de Helena Machado. “A prova estava prestes a começar, eu tinha ainda de ir ao carro mudar de roupa e como estava lesionado ia correr muito devagar. Pensei de imediato que jamais iria interferir com as classificações”, explica. Mesmo correndo com um “tempo lento” em relação à sua média, acabou por chegar na segunda posição no escalão das mulheres. “Não tive sequer curiosidade em esperar pelos resultados porque corri muito devagar. Não esperava um grande tempo”, reforça. Garante que se realmente quisesse “gozar” com a organização, como os responsáveis chegaram a avançar, não teria vestido a camisola do Açoreana Clube Banif. “Sei o trabalho que uma prova destas dá a organizar. Se eu soubesse o que ia acontecer, nem sequer tinha cortado a meta, passava pelo outro corredor”, acrescenta. O director da prova, Joaquim Luís, do Clube União Artística Benaventense (CUAB), reconhece que o atleta não parece ter “agido de má-fé”, mas mesmo assim deveria ter alertado a organização para a situação, nem que fosse já no final da prova. Recorde-se que ainda existe mais um homem que correu com um dorsal que estava no nome de “Tina Oliveira” e chegou à meta em primeiro lugar no escalão das senhoras. Em relação à inscrição no próprio dia, Joaquim Luís explica que o prazo decorreu até dois dias antes da prova e que os seguros já estavam tratados. “Existem regras que são para cumprir. Não é no próprio dia, que temos mil e uma coisas para resolver, que vamos tratar de novas inscrições por muito que tenhamos vontade”, acrescenta.

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