Logo aos primeiros acordes Patrícia Silva, 17 anos, arrebatou a plateia. Dedilhou ao piano “I Giorni” do pianista Ludovico Einaudi, o seu ídolo. A peça foi interrompida por palmas nos momentos mais pausados mas a jovem pianista continuou depois de fechar os olhos e sorrir num misto de orgulho e timidez. No ginásio da Fundação Cebi, no arranque da sessão que assinalou o início do ano lectivo, quinta-feira à tarde, 4 de Outubro, a instituição mostrou o que de melhor tem: os alunos. Patrícia Silva ingressou no Cebi aos quatro anos. Foi lá que aprendeu a tocar piano e guitarra. Frequenta agora o ensino secundário num externato de Arruda dos Vinhos mas mantém as actividades na instituição de Alverca, onde também reside. No piano eléctrico lá de casa Patrícia Silva trabalha uma hora por dia. Duas ao fim-de-semana. A arte não é difícil de aprender, garante, mas requer treino e muita atenção nas aulas. “Sempre ouvi música clássica lá em casa por causa dos meus pais e isso fascinava-me”, diz a jovem filha única de um médico e de uma assessora de uma unidade hospitalar. Está a frequentar o 12 º ano. Quer estudar algo relacionado com ciências ou saúde mas não deixa de lado a hipótese de seguir profissionalmente a música. Até lá vai continuar a dar asas à sua paixão entre audições e apresentações, vestida a preto e branco, cativando pequenas multidões. Ana Santiago