uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

Um mercado dos tempos da outra senhora

Há cem anos quase tudo se adquiria a granel, fosse na mercearia, na drogaria, na peixaria, no talho ou até mesmo na farmácia. No “Mercado da República” que se realizou no domingo, 7 de Outubro, em Tomar, apesar do pagamento ser feito em euros, todos os produtos vendidos eram cuidadosamente embrulhados em “cartuchos” de papel. A qualidade saltava à vista e, entre hortaliças, frutas, chás, plantas aromáticas, pão e as merendeiras, destacavam-se as petingas no forno e as pataniscas de fabrico caseiro, tal como os doces e compotas. De boina na cabeça, João Antunes, 92 anos, não era um figurante mas sim o espectador mais antigo do evento, embarcando por momentos numa viagem até à sua meninice. O saudosismo apertou. “Isto é que eram tempos de fartura. Agora é tudo com sabor a plástico”, desabafou. Atento a tudo que se passava em redor, não deixou de esboçar um sorriso enquanto olhava para a roda de oleiro, artesão que ali trabalhava ao vivo ou para quem animava a praça com o som de uma concertina. Apesar de não ter comprado nada, andou de banca em banca, a interagir com as vendedoras vestidas a preceito para a ocasião. A iniciativa partiu do Conselho Técnico Regional da Federação do Folclore Português para a zona dos Templários, com o apoio do município de Tomar, e contou com a animação dos ranchos de Asseiceira, Linhaceira, Alviobeira, Carregueiros, Peralva e Minjoelho. As cantigas ao desafio, intervaladas com um copo de água-pé, animaram o recinto. Elsa Ribeiro Gonçalves

Mais Notícias

    A carregar...