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Inenarrável Manuel Serra d’Aire

Apercebi-me de há uns tempos para cá que há uma nova forma de hooliganismo nos nossos campos de futebol e pavilhões desportivos. Esse fenómeno manifesta-se sobretudo nos jogos que envolvem crianças e jovens e são extremamente desagradáveis para quem assiste recatadamente aos desafios e para quem os arbitra e respectivas mães. Esta nova horda de arruaceiros veste saias e pinta as unhas e é perigosíssima na defesa incondicional das suas crias. Em jogos de futebol de putos já eu vi, com estes olhos que o vampiresco ministro Vítor Gaspar quer arrancar, simpáticas e elegantes mães de família transformarem-se em autênticas feras possuídas pelo demónio, vociferando impropérios de fazer corar um membro dos Super Dragões e mandando os árbitros enfiarem os apitos num sítio esconso que me abstenho de apontar.Custa-me, como apreciador incondicional dos encantos do sexo feminino, ver mulheres a comportarem-se com a sensibilidade de um estivador (sem desprimor para estes) e a usarem um vocabulário que faria as delícias de muito trolha menos letrado. E tudo isto enquanto os respectivos maridos, para não passarem vergonhas, fogem para o outro lado do campo ou se refugiam no bar afogando as mágoas com minis e suplicando que o jogo acabe depressa. Bem me parecia que a acelerada emancipação da mulher ia dar maus resultados, mas nunca pensei que chegasse a este ponto. Esta afirmação de força nos campos de futebol é uma autêntica declaração de guerra ao marialvismo que não pode passar em claro neste nosso Ribatejo. Por mim, proibia-se a entrada de mulherio nos recintos desportivos em nome do sossego masculino e da sua exclusividade no que toca à distribuição de insultos e pancadaria.As celebrações do centenário da chegada da Guarda Nacional Republicana ao Ribatejo incluíram uma missa no santuário de Fátima. O que causou alguma estranheza aos mais atentos, porque é estranho ver uma instituição republicana dada a estas beatices. Não consigo encontrar melhor explicação para isto do que alvitrar que se trata de mais um milagre de Fátima, mas se tiveres alguma ideia melhor partilha. O compadre Fanã diz que a GNR foi pedir à Nossa Senhora que salve os seus homens das agressões dos facínoras e da complacência dos tribunais. É uma tese a ter em conta.Aliás, tens razão quanto a alguma brandura do nosso sistema de justiça em relação a alguma marginalidade. E não falo sequer dos colarinhos brancos. Ainda esta semana soubemos que os agressores do comandante da GNR de Marinhais e uns artistas já reincidentes que tinham em sua posse quatro toneladas de metal roubado foram mandados em liberdade enquanto decorrem os respectivos processos em tribunal. Quando se ouve a oposição bradar que este Governo não corta na despesa e só sabe sacar aos contribuintes, estes são sem dúvida sinais evidentes de que não é bem assim. Quanto menos gente presa houver menos se gasta em alimentação, luz e sabonetes. E no poupar é que está o ganho, já dizia a minha avó, que nunca foi ministra das Finanças.Saudações marialvas do Serafim das Neves

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