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Amigos políticos correm em socorro de Paulo Fonseca

Amigos políticos correm em socorro de Paulo Fonseca

Em causa a notícia sobre penhora de ordenado do presidente da Câmara de Ourém

Presidente da distrital do PS, António Gameiro, pediu a alguns militantes socialistas para que defendessem Paulo Fonseca no Facebook de um vil ataque, mas alguns não se deram a esse trabalho.

Alguns amigos políticos de Paulo Fonseca, exortados pelo presidente da distrital do PS, António Gameiro, apressaram-se a correr em socorro do presidente da Câmara de Ourém devido à notícia de O MIRANTE da semana passada que dava conta que Fonseca tem parte do ordenado de autarca penhorado por causa de uma dívida de 40 mil euros a um banco. A maior parte dos comentários na rede social Facebook é de pessoas muito próximas do autarca. Mas alguns socialistas do distrito que receberam a mensagem de telemóvel de Gameiro para que defendessem o autarca não se deram a esse trabalho.Um dos defensores é José Luís Cruz, pessoa muito próxima de Fonseca e militante da concelhia de Santarém onde esteve envolvido numa polémica na câmara municipal. No Facebook escreveu: “Conheço de perto Paulo Fonseca e sei que é um homem íntegro, honesto e cumpridor da palavra dada e estou certo que se este problema persiste, à conjuntura económica e à arrogância da banca portuguesa se deve. Dever aos bancos não é crime”. Cruz foi contratado no mandato de Rui Barreiro na Câmara de Santarém (2002-2005) como uma espécie de “ministro da propaganda”, tendo a responsabilidade da estratégia de comunicação e divulgação da autarquia, situação que mereceu críticas na altura da oposição. Curiosamente o militante era ao mesmo tempo eleito na assembleia municipal, que tem por missão fiscalizar o trabalho da câmara. Barreiro nunca explicou as ligações a José Luís Cruz. Luís Ferreira, de Tomar, envolvido em algumas polémicas e actualmente a trabalhar na Câmara de Alpiarça, para onde entrou para os quadros pela mão do camarada de partido e então presidente da autarquia, Rosa do Céu, é outro dos socorristas. E levanta suspeitas de conspiração, quando o processo de penhora está no Tribunal de Ourém e pode ser consultado: “Qual será a relação empresarial de Luís Albuquerque (vereador do PSD na oposição em Ourém) com esta atoarda política? Apenas e só palermice e não-jornalismo”. Ferreira foi adjunto de Paulo Fonseca no Governo Civil de Santarém e há dois anos foram-lhe retirados os pelouros da cultura e turismo que detinha na Câmara de Tomar por causa do comportamento que teve para com o escritor Lobo Antunes. A assembleia municipal também aprovou uma moção de censura ao comportamento do vereador que chamou ao escritor “pedante, convencido e armado ao pingarelho” por ter faltado a uma sessão em Tomar que justificou com o facto de ter sido enganado por quem o convidou. Uma mensagem colocada na sua página do Facebook no dia em que saiu a notícia, Paulo Fonseca agradecia a solidariedade. “Muito obrigado a tantos amigos que prezam a honestidade e a naturalidade com que se separam, com honra, coisas privadas e empenhamento público. Muito obrigado por tanta solidariedade” dizia. Nuno Antão, ex-deputado do PS, limitou-se a mandar um abraço, mas Sónia Sanfona, que perdeu as últimas eleições para a Câmara de Alpiarça para a CDU e teve como prémio suceder a Paulo Fonseca no cargo de governador civil, é mais palavrosa. Sanfona que foi advogada e se dedicou à política, com uma passagem pela Assembleia da República como deputada, e que agora é presidente de uma associação para combater os furtos de metais como o cobre, criada pelas empresas EDP, REN, REFER, EPAL e PT, refere que “a mediocridade, a pobreza de espírito, a inveja e a calúnia não atingem aqueles que dão tudo o que têm por amor à causa pública”. Sanfona, antes de se despedir com um “beijinho” escreve ainda: “Força, segue em frente de cabeça erguida porque o reconhecimento do povo e dos teus pares é tudo o que precisas para animar a tua caminhada, e esse já o conquistaste há muito”.OPINIÃOA desgraça do camaradaA notícia de O MIRANTE sobre a penhora do vencimento do presidente da Câmara de Ourém gerou uma discussão própria de um país de Velhos do Restelo.Uma boa maioria dos socialistas que se manifestaram publicamente no Facebook solidarizando-se com Paulo Fonseca lamentaram mais a notícia que a aparente “desgraça” do camarada.A verdade é que a penhora do ordenado de Paulo Fonseca é notícia em Ourém há muitos meses. E em todos os lugares públicos do concelho se ouve falar deste e de outros assuntos de uma forma, às vezes, tão especulativa que a fantasia ultrapassa em larga medida o tamanho da pequena realidade.A notícia de O MIRANTE é um serviço a Paulo Fonseca nomeadamente no esclarecimento de um assunto que o atinge pessoalmente e que é razão para grandes manifestações da imaginação popular.Agora já ninguém tem nada para inventar. O MIRANTE consultou o processo e explicou a verdade da penhora do vencimento de Paulo Fonseca. Nada do outro mundo nestes tempos difíceis que atravessamos.Fonseca e os socialistas seus amigos e admiradores não pensam da mesma forma. O MIRANTE e os seus jornalistas são o diabo em pessoa e só querem retaliar por causa de umas páginas a menos de publicidade, como confessa o chefe de gabinete do autarca solidarizando-se também publicamente com o seu chefe e “patrão”. A pouca vergonha não é crime; Este é daqueles exemplos tristes e pouco dignos mas quem anda à chuva molha-se, como diz o povo. E para não estarmos aqui com meias palavras tenho uma opinião bem diferente daquela que Paulo Fonseca deu neste caso. Já não penso assim sobre alguns dos seus amigos, camaradas e subordinados que no exercício de cargos públicos têm dado boas provas de panconice crónica. JAE
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