Aos 84 anos, Silvina de Jesus Freitas, já perdeu a conta ao número de participações que leva na Feira das Passas, integrada na Feira de Santa Iria, um dos certames mais marcantes no calendário anual da cidade de Tomar. A tomarense já vendeu na Rua dos Arcos e na Praça da República, os dois locais anteriores desta feira, mas diz-se mais satisfeita no terreiro onde se localizava a antiga Messe dos Oficiais, nas imediações do Convento de São Francisco, mesmo tendo como música de fundo a cacofonia que emana dos vários divertimentos localizados ali bem perto, na Várzea Grande. O espaço foi terraplanado de propósito para esse evento. “Aqui estamos mais bem instalados pois ficamos integrados no espírito da feira e bem mais perto dos visitantes”, atesta enquanto mostra alguns dos produtos, entre nozes, passas e ervas aromáticas, que semeia, cuida e colhe com as próprias mãos. A feirante, que mora a três quilómetros da cidade, sabe que é preciso inovar e por isso, para além dos frutos secos, este ano também colocou à venda alguns sacos de pão em pano bordados a linho, à custa de muita paciência. “Olhe que já fui operada aos dois olhos, menina”, sublinha. Quanto aos preços, optou por manter a tabela do ano passado porque sabe que a crise chega a todos: a quem vende e a quem compra. Elsa Ribeiro Gonçalves