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Trabalhadores da Madeira & Madeira pediram insolvência e seguraram bens da empresa

Trabalhadores da Madeira & Madeira pediram insolvência e seguraram bens da empresa

Funcionários aguardam agora por decisão sobre o pedido de insolvência da gráfica de Santarém.

Desde o início da noite de quinta-feira, 18 de Outubro, que o destino da Gráfica Madeira & Madeira, em Santarém, está dependente de um pedido de insolvência apresentado pelos 14 trabalhadores que restam da empresa. Têm em atraso cinco meses de salários e o subsídio de férias e a administração dispensou-os sem indemnizações e apenas com a carta para o fundo de desemprego. Em menos de quatro dias os trabalhadores ficaram sem nada e, na tarde desse mesmo dia, impediram a saída de máquinas e equipamentos que estavam a ser carregados para um camião por conta de penhoras efectuadas por credores. Concentraram-se à porta da empresa cerca das 14h30 e não deixaram sair nada. O tribunal despachou favoravelmente a providência cautelar interposta pelos trabalhadores assim que souberam do caso e só ao final da tarde chegou a decisão. Até chegar o despacho favorável viveram-se momentos de tensão. Cerca das 18h00 vários agentes da PSP tentaram dispersar os manifestantes que se encontravam junto ao portão da gráfica, por estarem a impedir a saída de um funcionário, do proprietário da gráfica e das respectivas viaturas de serviço.Apenas cerca das 20h00 o administrador da empresa, Carlos Madeira, saiu das instalações no carro da sua advogada. Começou a partir daí o trabalho de inventariação dos bens móveis e imóveis da gráfica. Foi também nessa altura que saiu o camião que tinha por missão levar bens penhorados mas que saiu vazio, após vistoria da PSP.O pedido de insolvência corre agora os seus trâmites até ser decidido em sentença pelo Tribunal de Santarém. Apesar de serem conhecidas as dificuldades da empresa, em menos de um dia os trabalhadores da Madeira & Madeira SA receberam os papéis para o fundo de desemprego e foram informados que no dia seguinte, 18 de Outubro, já não se deviam apresentar ao trabalho, sem direito aos cinco meses de ordenados em atraso, subsídio de férias e indemnização. Grande parte dos 14 trabalhadores da empresa tem mais de 20 anos de serviço. Jorge Lima, há 26 anos na gráfica, diz ter sido convidado a sair há cerca de um mês na condição em que se encontrava. Garante que a empresa tem pernas para andar por haver trabalho mas que do dinheiro nem sinal. O trabalhador da área de produção reconhece que está a passar por dificuldades, que só têm sido minimizadas pelo facto de a sua mulher estar a trabalhar mais horas. Paulo Silva, do departamento de orçamentação, tem 27 anos de casa. Recorda como recentemente houve uma carteira de encomendas de 100 mil euros mas não havia sequer dinheiro para pagar o papel nem pagar aos trabalhadores e fornecedores, como alegava o administrador. O MIRANTE tentou contactar o administrador da empresa mas o número disponibilizado não dá sequer sinal. Fundada há 33 anos, a Madeira & Madeira chegou a contar com 62 trabalhadores no seu auge. Foram criadas novas instalações há dez anos, na zona industrial, com recurso a crédito bancário, que ainda estão por pagar num montante superior a um milhão de euros, apurou O MIRANTE.
Trabalhadores da Madeira & Madeira pediram insolvência e seguraram bens da empresa

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