Trabalhadores da PTN querem impedir fim de empresa considerada “exemplar”
Fábrica de Torres Novas encontra-se em processo de insolvência desde Agosto. A assembleia de credores está agendada para o próximo dia 29 de Outubro.
A empresa PTN, Prefabricados de Betão de Torres Novas entrou em processo de insolvência no final de agosto devido, sobretudo, à paragem da empreitada de construção da autoestrada entre Sines e Beja. José Mendes, do Sindicato dos Trabalhadores da Construção, Madeiras, Mármores e Cortiças do Sul, revelou que o material para um quarto dessa obra foi entregue e colocado, estando outro terço feito e guardado nas instalações da empresa detida pelo grupo espanhol Castela“Começou a falhar o dinheiro e não enviámos mais. A empresa começou a ir abaixo e não sabemos o que fazer”, afirmou o delegado sindical, adiantando que, embora com algum atraso, os salários estão em dia e não existem grandes dívidas a credores. “A empresa cumpriu sempre os contratos”, acrescentou José Mendes, frisando que o risco de encerramento, que levará ao despedimento de perto de 70 pessoas, se deve ao facto das várias obras que a PTN estava a fornecer terem parado.O presidente da Câmara Municipal de Torres Novas, António Rodrigues, a quem uma delegação de trabalhadores pediu ajuda para tentar que a fábrica não feche, diz ser incompreensível que o Governo esteja a parar obras, criando desemprego em cadeia, para desviar dinheiro do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) para o programa “Impulso Jovem”, alegadamente para criar emprego.“Mandam parar empreitadas, pagando indemnizações aos empreiteiros e mandando pessoas para o desemprego, e dizem que o dinheiro é para criar emprego. Não há maior contra-senso”, afirmou António Rodrigues citado pela agência Lusa, adiantando que tudo fará para tentar inverter o processo de encerramento da empresa, instalada em Torres Novas desde 1998.A assembleia de credores da PTN está agendada para o próximo dia 29 de Outubro.