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Moradores queixam-se de publicidade agressiva de gás natural em prédios de Vila Franca

Prospecto diz que podem ficar sem gás se não mudarem de operador e está a ser analisado pela DECO
“Senhor consumidor, informamos que deverá mudar de comercializador de gás o quanto antes, se não o fizer até 2015 poderá ficar sem gás”. Assim começa uma campanha de publicidade que foi colocada nas portas de centenas de prédios abastecidos com gás natural da cidade de Vila Franca de Xira. O documento já motivou a revolta de alguns moradores. A carta levanta sérias dúvidas quanto à sua legalidade e está a ser analisada pelos serviços jurídicos da Associação Portuguesa de Defesa do Consumidor (DECO). “Não estamos ainda em posição de nos pronunciar sobre o conteúdo mas temos um jurista a tratar da sua análise”, confirma Graça Cabral a O MIRANTE.Em causa está o facto do mercado do gás deixar de ser regulado para passar a ser livre, ou seja, cada consumidor escolhe o operador de gás que mais lhe convier. A escolha tem de ser feita até 2015 mas, segundo a DECO, “nenhum consumidor fica sem gás” se não escolher outro operador. “Simplesmente mantém o actual”, explica aquela entidade.A carta afixada nos prédios não continha qualquer contacto e mostrava apenas os tarifários propostos pela Galp On, EDP e Goldenergy, onde destacava esta última como a “melhor opção” por dar mais desconto do que as rivais. No final do documento, onde é repetidamente frisado que a Goldenergy “é a melhor opção”, os moradores ficavam com a promessa de que iriam ser contactados em breve para fazer a mudança de operador e “começar a poupar já”. A empresa não prestou qualquer esclarecimento sobre o assunto a O MIRANTE mas no seu site na Internet refere que a sua intervenção no mercado é pautada por valores como a “transparência, competência, sustentabilidade, cooperação e coesão”. Alguns moradores consideram que “a mensagem é enganadora e abusa do espaço público dos nossos prédios. Ninguém tem o direito de colar uma carta no vidro a fazer publicidade. Onde este mundo chegou”, condena Brito Dias, morador no Bom Retiro. No vizinho bairro de Povos a indignação é semelhante. “É uma informação que mete medo às pessoas e não é clara. Quem não estiver informado pode realmente acreditar que vai ficar sem gás daqui a 3 anos”, critica Nuno Rosa. Para Susana Pestana da DECO “a altura é de atenção” porque o mercado vai começar a vender os seus serviços e poderão verificar-se situações de ilegalidade nas campanhas usadas. “Teremos de estar bem atentos”, realça.

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