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Quatro meses após a compra da Cimpor começou a redução de pessoal

Sindicatos dizem que pode estar aberta porta para despedimentos na fábrica de Alhandra
Os sindicatos da construção e cerâmica estão preocupados com a situação na fábrica de Alhandra da Cimpor após a compra da cimenteira por grupo brasileiro e temem que esteja aberta a porta a despedimentos. Os receios são motivados com o facto de a empresa ter anunciado a dispensa de 60 funcionários na sede e de noutras unidades haver convites a rescisões por acordo. Esta situação ocorre quatro meses após a compra de 94 por cento da cimenteira pelo grupo brasileiro Camargo Corrêa. Que explica a saída dos trabalhadores com quebras do volume de negócios em território português no primeiro semestre deste ano, que segundo a empresa andará nos 12 por cento, cerca de 26 milhões de euros. Informando que está em curso uma reestruturação para ajustar a estrutura da empresa ao actual momento de crise económica. Dos dispensados, 40 deverão passar à pré-reforma e 20 irão rescindir os contratos por mútuo acordo.Em declarações a O MIRANTE a presidente da Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro, que engloba os principais sindicatos do sector, diz-se preocupada com o futuro dos trabalhadores de Alhandra porque noutras fábricas do grupo alguns trabalhadores já foram convidados a assinar propostas de rescisão por mútuo acordo. “Além da dispensa dos trabalhadores dos serviços centrais de Carnaxide, Lisboa e Prior Velho, muitos trabalhadores das fábricas de Souselas e Figueira da Foz já foram convidados a avançar para a pré-reforma. Tememos que isso venha a acontecer também em Alhandra”, explica Fátima Messias.Essa situação, a acontecer, seria “dramática” e “desagradável” na opinião da responsável. “E a crise económica não deve justificar tudo. A Cimpor não é uma empresa que esteja aflita. Não é bom mandar embora os profissionais com mais anos e mais direitos para contratar outros trabalhadores com vencimentos mais baixos e vínculos precários”, condena.Numa nota aos trabalhadores o grupo promete assegurar a colaboração de uma empresa de recursos humanos para ajudar os trabalhadores dispensados a regressar ao mercado de trabalho o mais rapidamente possível. Na fábrica de Alhandra trabalham 200 pessoas. O grupo detentor da maioria do capital da empresa, a Camargo Corrêa, emprega mundialmente 8250 pessoas de 33 nacionalidades. A Cimpor foi fundada em 1976 e está entre os 10 maiores grupos cimenteiros a operar no mercado. A fábrica de Alhandra é servida pela pedreira de calcário do Bom Jesus, situada a dois quilómetros da fábrica. O centro de produção tem uma área de 374 hectares e a laboração é contínua, através de vários turnos.

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