O auditório do Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, lotou na noite de sexta-feira, 26 de Outubro, no concerto com os vencedores do prémio Carlos Paredes, iniciativa que a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira promove desde 2003. Primeiro, André Carvalho e o seu quinteto, com “Hajime” (expressão de combate japonesa que significa “começar”), fizeram vibrar o público com os sons do jazz. Seguiu-se um momento solene de “Fado Mutante” com os Rosa Negra desfolhando ora “pétalas ora mais sombrias ora mais luminosas”. Os dois trabalhos foram escolhidos, em ex-aequo, entre 31 candidaturas.O espaço do museu, que não é demasiado pequeno nem demasiado grande para espectáculos deste tipo, foi elogiado por um dos elementos do júri que esteve presente no concerto, Carlos Alberto Moniz. “Os perfumes franceses não são vendidos em garrafões de cinco litros”, lembrou para entreter a plateia enquanto no pequeno palco se preparava a mudança dos músicos.A presidente da câmara, Maria da Luz Rosinha, congratulou-se que o auditório do museu possa também receber espectáculos deste tipo, sobretudo quando se trata de um momento que se destina a perpetuar o nome do mestre Carlos Paredes e que já foi pretexto para receber em Vila Franca de Xira nomes tão conceituados como Bernardo Sasseti, Mário Laginha e Pedro Jóia. O quinteto do Ateneu Artístico Vilafranquense abriu a noite de música. Antes do concerto os premiados receberam a distinção da Câmara Municipal de Vila Franca Xira no valor de 2.500 euros a repartir pelos dois projectos. De acordo com o júri, “Hajime” é um “trabalho jazzístico de grande qualidade e maturidade interpretativa”. Por seu lado, “Fado Mutante” é uma obra com canções originais, com uma forte componente orquestral e aprofundamento das raízes portuguesas.