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“Novembro Mês de Santareno” suspenso por falta de dinheiro

Câmara de Santarém não assinalou este ano o aniversário do dramaturgo nascido na cidade há 92 anos, ao contrário do que foi habitual nos últimos anos.

Devido a questões orçamentais a Câmara Municipal de Santarém suspendeu a atribuição do Prémio Santareno de Teatro, ponto alto do programa “Novembro Mês de Santareno” que este ano também não se assinalou, anunciou esta segunda-feira o presidente da autarquia, Ricardo Gonçalves (PSD), que sucedeu recentemente no cargo a Moita Flores, criador dessas iniciativas.Ricardo Gonçalves assumiu que o município deve manter a “missão de evocar a obra” do dramaturgo escalabitano Bernardo Santareno, que faria 92 anos na segunda-feira, mas, devido aos “constrangimentos financeiros”, defendeu a atribuição de “novas valências” ao Instituto Bernardo Santareno, criado em 2006 com o fim de homenagear o escritor.A explicação foi dada na reunião de câmara após intervenção do vereador Ludgero Mendes (PS), que achou “estranho” que depois de se ter feito “muita bandeira” da dedicação do mês de Novembro a Bernardo Santareno se deixe agora “passar em claro” este momento de evocação.Para o vereador eleito pelo PS, mesmo que o tempo de “vacas magras” não permita a atribuição do prémio nem a realização da gala que anualmente trazia a Santarém muitas das personalidades do teatro nacional, a data deveria ser marcada com representações de peças de Bernardo Santareno pelas associações culturais locais.Ricardo Gonçalves comprometeu-se a não deixar cair no esquecimento a evocação da memória de Bernardo Santareno, considerando que o instituto criado para esse fim deve envolver não só as instituições culturais do concelho, mas também os agrupamentos escolares. “Este ano será de ensaio para novas valências do Instituto Bernardo Santareno”, disse o autarca.O Prémio Nacional de Teatro Bernardo Santareno foi atribuído pela primeira vez em 2007, realizando-se desde então uma gala durante a qual eram entregues os prémios atribuídos em várias categorias à classe teatral portuguesa.Ao longo dos últimos anos foram distinguidas as peças inéditas “As Lamentações de G. von H. ou o Auto dos Bem-Amados”, de António de Vasconcelos Nogueira, “Não deixes que a noite se apague”, de Domingos Lobo, e “Em Viagem para Belle Reve”, de Armando Nascimento Rosa, bem como alguns dos grandes actores nacionais.António Martinho do Rosário, que utilizou o pseudónimo literário de Bernardo Santareno, nasceu a 19 de Novembro de 1920 em Santarém, cidade onde fez a instrução primária na Escola de Salvador e frequentou o Liceu Nacional de Sá da Bandeira. Depois de concluir o curso de medicina psiquiátrica, na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, iniciou, em 1954, a publicação das suas obras, tendo começado por três livros de poesia, em edição de autor, a que se seguiu o volume “Teatro”, em 1957, que continha as peças “A Promessa”, “O Bailarino” e “A Excomungada”.Entre “A Promessa”, de 1957, e “O Punho”, de 1979, a única que ainda não foi representada, escreveu um conjunto de peças como “O Lugre”, “O Crime da Aldeia Velha”, “O Pecado de João Agonia”, “António Marinheiro, O Édipo de Alfama”, “O Judeu”, “A Traição do Padre Martinho”, “Português, Escritor, 45 Anos de Idade”, entre outras.

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