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Ser marialva ou a arte de bem tratar as mulheres

Ser marialva ou a arte de bem tratar as mulheres

Bigode ligeiramente retorcido, botins com salto à espanhola e lenço branco na lapela. Meticulosamente dobrado. Serve para acenar em plena praça de toiros, perante uma boa lide de um toureiro, ou para limpar a lágrima a uma senhora. Francisco Martins, 59 anos, é vilafranquense de coração, agricultor dos campos férteis da Ereira e Vale da Pedra, no Cartaxo, e marialva, pois, com orgulho. “O termo marialva para mim não tem o sentido negativo que tem para algumas pessoas”, garante. Ser marialva é uma forma de estar na vida. É gostar de toiros, de cavalos, da vida rural e também ser boémio. Não gosta que as mulheres sejam colocadas de lado ou discriminadas. “Os marialvas tratam até muito bem as senhoras, ao contrário do que se diz”. Alguns são mais sensíveis do que outros, ressalva. Será Francisco Martins que mais à frente, no decorrer de um almoço dos quarta-feiristas de Vila Franca de Xira (ver reportagem na próxima edição), não esquecerá de deixar passar uma senhora à frente, tratá-la com muita deferência e perguntar-lhe, antes de todos, o que deseja para a sobremesa. “A mulher é a parideira do mundo. Manda no universo e no homem e quem disser o contrário está enganado”, assume. É divorciado e tem três filhos, um rapaz e duas raparigas. A mais nova, aficionada, está mais virada para as lides do campo e poderá seguir as pegadas do pai. Francisco Martins é uma pessoa crente e embora não vá todos os domingos à missa costuma rezar todos os dias. É aficionado como qualquer vilafranquense que se preze e é a esta paixão a que se dedica quando não está ocupado nas lides agrícolas do trigo e da aveia. Ana Santiago
Ser marialva ou a arte de bem tratar as mulheres

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