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“Ninguém pode deixar de estudar depois de terminar o seu curso”

“Ninguém pode deixar de estudar depois de terminar o seu curso”

Sandra Silva, 30 anos, Psicóloga Clínica, Santarém

Sandra Silva, 30 anos, psicóloga clínica, não descansou enquanto não regressou a Santarém depois de concluir o curso porque gosta da qualidade de vida que a cidade lhe proporciona. Diz que nunca fica à espera que as coisas aconteçam e que vai sempre à procura do que deseja. Estudar é algo que quer continuar a realizar ao longo da vida. Todas as deslocações profissionais são aproveitadas para conhecer mais uma cidade ou vila. Nos tempos livres gosta de cozinhar, ler e praticar desporto. Espera escrever um livro para crianças brevemente. O seu maior desejo é ser feliz.

Nunca me senti triste por não ter irmãos. Sempre tive a maior parte das coisas à minha disposição, mas nunca abusei desse excesso. Era a mais nova dos primos e sempre me inclui muito nas brincadeiras dos mais velhos. Gostava muito de andar na rua, de bicicleta, caía, andava sempre com os joelhos arranhados. Também brincava com bonecas, mas só quando estava sozinha. Nunca tive muitos amigos, mas os que tinha eram verdadeiros. Estive muito perto de tirar o curso de Farmácia. Gostava muito de química. Enfermagem também era um curso com saída na altura. No secundário comecei a perceber que a psicologia não é só estudar o comportamento, também é uma ciência. Sempre gostei de ouvir e conversar com os outros, de perceber as suas reacções e gestos e acabei por concluir que a psicologia era o curso certo. Em criança também dizia que queria ser médica ou professora.Demorei algum tempo a adaptar-me a Lisboa. Nunca tinha estado fora de casa sozinha. Quando entrei para a universidade vi-me de repente a partilhar um apartamento e a gerir a minha vida. Os meus colegas de casa eram trabalhadores e tinha quase a casa por minha conta. Morava muito perto da universidade e acabava por não partilhar transportes até às aulas. Foi um período difícil.Nunca quero parar de estudar. O estudo não acaba depois de sairmos da escola. Devemos ser incansáveis na procura de conhecimento. Tento sempre aproveitar todos os encontros científicos, congressos ou seminários. À primeira vista pode não ter resultados imediatos, mas sei que trago sempre algo de novo. É um investimento não só profissional mas também pessoal. Gosto de cozinhar por intuição. Tenho muitos livros de receitas mas gosto de ir experimentando os ingredientes. Vibro quando vejo que os outros gostaram. Quando tenho tempo pratico hidroginástica. Desde pequena que gosto muito de água e como também tenho alguns problemas na coluna é o melhor desporto para mim. Sinto uma calma e serenidade muito grande depois de cada aula. O Diário de Anne Franca marcou-me. Li-o na adolescência. Só queria saber mais sobre ela, perceber se era mesmo verdade ou não. Ler é uma das minhas maiores paixões. Desde muito cedo que comecei a devorar livros. Não sou leitora de ebooks. Tenho um gosto imenso pelo objecto do livro em si. De poder recordar uma passagem que tenha gostado muito. Hoje em dia o tempo para ler ficção é menor. Leio mais livros técnicos relacionados com a minha área. Gosto muito do Daniel Sampaio e do Eduardo Sá. Onde quer que vá aproveito sempre para conhecer. Sempre que vou a algum sítio a nível profissional, tento aproveitar para passear um pouco se tiver tempo. Gosto muito dos centros históricos e as lendas fascinam-me. Conhecemos muito mal o nosso país e muitas vezes até a nossa região. Também gosto muito de viajar no estrangeiro. A República Checa, Suíça ou Inglaterra foram alguns países que me marcaram.A família é uma das coisas mais importantes. Os pais e avós são elementos fundamentais na minha vida. Durante os seis anos que estive em Lisboa, sempre tive dificuldade em sentir o quarto como meu. Faltava lá todo o meu contexto familiar. Tenho dois cães que me ocupam muito tempo e têm o seu espaço neste contexto. Sempre quis regressar a Santarém. Depois de terminar o curso ainda estive a trabalhar em Lisboa e a dar aulas de formação na universidade sénior da Póvoa de Santa Iria. Grande parte do meu tempo diário era passado em deslocações e chegava ao fim do dia exausta. Não tinha qualidade de vida. Estava a realizar um trabalho de investigação sobre o stress profissional dos bombeiros, comecei a trabalhar com os de Santarém, e isso acabou por provocar o meu regresso. Quero escrever um livro para crianças. É um dos projectos que quero concretizar brevemente. Neste momento estou concentrada na carreira. Não descuro a família e amigos. Também quero constituir família e ter filhos e quando esse momento chegar vou abrandar a carreira profissional. O que eu mais quero é ser feliz a nível pessoal e profissional e sentir que as pessoas em meu redor sentem essa realização.Eduarda Sousa
“Ninguém pode deixar de estudar depois de terminar o seu curso”

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