A equipa não esteve votada à sua sorte. Contou com a companhia de outros dirigentes, mas a maioria das pessoas que se deslocaram ao Pavilhão Alfredo Bento Calado, estranharam a ausência de Carlos Taborda, presidente da direcção, e Veiga Dias, presidente da assembleia, que noutros jogos já disputados davam nas vistas na organização do jogo e no acompanhamento da equipa.Segundo um dos dirigentes presentes, Carlos Taborda está demissionário até à próxima assembleia, que não tem data marcada. O dirigente em questão recusou adiantar pormenores sobre a situação, limitando-se a dizer que o presidente anda desgostoso com todos os problemas que têm caído sobre o clube nos últimos tempos.Recorde-se que “Os Tigres” lutam com tremendos problemas financeiros. Têm dívidas a jogadores da época passada, algumas delas estão em processos em tribunal. Recentemente foi suspenso de toda a actividade desportiva pela Federação de Patinagem por dívidas em atraso. Situação que entretanto foi resolvida e a suspensão foi levantada.Contactados para esclarecer a situação, Veiga Dias garante que até ele ainda não chegou qualquer documento de Carlos Taborda a solicitar a demissão. Quanto à sua falta ao jogo com o Porto, o presidente da assembleia garante que não teve nada a ver com os problemas. “Já há algum tempo que informei a direcção que me ia afastar um pouco mais. Mas garanto que a minha colaboração continua a ser total”. Carlos Taborda não responde às tentativas de contacto que têm sido feitas.equipa mostrou que não está condicionada pelos problemas A equipa de seniores do Hóquei Clube “Os Tigres” de Almeirim, a única equipa do distrito de Santarém a disputar o Campeonato Nacional da Primeira Divisão, defrontou em jogo da 11ª jornada da prova o Futebol Clube do Porto. Perdeu 7-4, mas deixou boas indicações para o futuro.Dentro das quatro linhas do rectângulo de jogo a equipa mostrou que não está condicionada pelos problemas que o clube atravessa, nem pela mudança de treinador Hugo Gaidão saiu e o jogador Filipe Gaidão ficou no seu lugar. Os jogadores deram forte réplica à turma portista. Embora tenham entrado algo nervosos e não tenham conseguido evitar uma entrada em força dos portistas que, em poucos minutos de jogo, marcaram quatro golos, os jogadores de “Os Tigres” acabaram por serenar e reduziram para 4-1, e a partir daí conseguiram dar algum equilíbrio ao jogo. Mas mesmo assim não conseguiram evitar mais dois golos. Ao intervalo, 1-6 era o resultado que espelhava bem a diferença entre as equipas.Na segunda parte, o Porto aproveitou para dar tempo de utilização a jogadores menos rodados, diminuindo a intensidade do jogo mas ainda assim marcou o sétimo golo, logo aos dois minutos. Veio então ao de cima a garra dos jogadores de “Os Tigres”. A equipa não baixou os braços e conseguiu reduzir a diferença no marcador, que se fixou no final num menos contundente 4-7.Filipe Gaidão tem uma tarefa difícil pela frenteFilipe Gaidão é o novo treinador do Hóquei Clube “Os Tigres” substituindo no cargo o seu primo Hugo Gaidão, que abandonou o comando técnico da equipa de Almeirim para assinar pelo Sporting Clube de Portugal. Estreou-se com uma derrota frente a uma das melhores equipas portuguesas, por isso não se sentiu diminuído ou insatisfeito com o comportamento dos seus jogadores.O treinador/jogador confessa ter ficado surpreendido com o convite, mas não recusou ajudar o clube com a sua experiência. “Voltei a calçar os patins por gostar muito da modalidade, e também pela insistência do meu primo Hugo para vir ajudá-lo a formar uma equipa competitiva. Fui agora surpreendido com a sua saída e com o convite para ficar à frente da equipa. Tenho todas as competências para isso e nesta idade tenho também a ideia de colocar toda a minha experiência ao serviço da equipa e dos meus colegas de grupo”, garantiu.Recorde-se que Filipe Gaidão é um hoquista internacional que, ao serviço da Selecção Nacional e dos melhores clubes portugueses, já ganhou tudo o que havia para ganhar na modalidade. Não é de estranhar, por isso, que diga que “nesta idade a vontade de jogar e vencer não é a mesma de quando tinha vinte anos. Agora o que queremos é ajudar a modalidade e estes clubes com menores capacidades. Por isso estou nos “Tigres” a cem por cento”.O treinador/jogador tem conhecimento dos problemas porque o clube almeirinense passa nesta altura, mas garante que isso lhe passa um pouco ao lado. “Os problemas de “Os Tigres” são comuns a muitos outros clubes, nem são os piores, têm que ser os directores a resolvê-los. Nós, enquanto jogadores, tentamos ultrapassar essas questões dentro do campo e fazer que isto ande para a frente. Queremos apenas jogar para garantir a manutenção, que foi aquilo que nos foi pedido”.