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Benavente já perdeu perto de 300 postos de trabalho desde Agosto

Benavente já perdeu perto de 300 postos de trabalho desde Agosto

O concelho de Benavente tem sido fustigado com o encerramento de grandes empresas. Só este ano, a Martifer, SocTip e Vendap já despediram perto de três centenas de trabalhadores.

O despedimento de 97 trabalhadores do grupo Vendap, dos quais 20 estavam na sede em Porto Alto, é mais um motivo de preocupação para os autarcas e população do concelho de Benavente que este ano já perdeu perto de 300 postos de trabalho. Com o encerramento da Martifer e posteriormente da gráfica Peres-Soctip está lançado o rastilho para o fecho de outras empresas e isso está a dar dores de cabeça ao presidente da câmara, António José Ganhão, que se vai agarrando à esperança e a alguns sinais positivos que vão surgindo, como a intenção da Milupa em ampliar as instalações que tem no concelho. Ganhão considera mesmo que mesmo assim o concelho não está tão mau como outros no país. No caso mais recente da Vendap, “a situação deveu-se a uma reestruturação da empresa que tem a ver com a crise que o sector da construção civil atravessa”, revelou o gabinete de comunicação da empresa que tem como actividade principal o aluguer de equipamentos de apoio à construção civil, como gruas ou plataformas. A empresa tem cerca de 500 funcionários espalhados por diversas unidades e propôs a deslocalização de alguns trabalhadores para as unidades que tem no Brasil, Angola ou Moçambique. Segundo o presidente da Câmara de Benavente, que reuniu com a administração, a empresa “tem trabalho para aguentar a situação até Fevereiro, mas se depois não conseguir pode entrar em insolvência”.Há dois meses a gráfica Peres-Soctip, no Porto Alto, entrou em insolvência e atirou 180 pessoas para o desemprego. A empresa, que desenvolvia a sua actividade na produção de livros, revistas e catálogos, já vinha a enfrentar dificuldades desde o princípio do ano e tinha ordenados em atraso. Em Agosto, a Martifer Construções encerrou a unidade em Benavente com 120 trabalhadores, mas 30 funcionários aceitaram deslocar-se para outras unidades. A actual crise na Europa e os prejuízos da empresa, que em 2011 ascenderam aos 31 milhões de euros, ditaram o seu encerramento. Nesta altura a empresa que está a gerar inquietações é a PMH - Produtos Médicos Hospitalares, sediada em Samora Correia, a braços com grandes dificuldades financeiras. Nesta firma trabalham perto de 180 pessoas sendo uma das maiores empregadoras do concelho. O director financeiro da PMH, Rui Santos, revela que a dívida do Estado para com a empresa é de cerca de 4 milhões de euros, metade da que se registava no ano passado. Em causa estão dívidas de hospitais públicos que a empresa fornece. “Este ano as vendas em Portugal baixaram 40 por cento. Não conseguimos financiamento junto da banca e os fornecedores externos querem pagamentos a pronto. Como é que o Governo quer que continuemos a exportar?”, pergunta Rui Santos. As grandes empresas são as que têm maior visibilidade em termos de encerramentos, mas Fernando Pina, do Sindicato das Indústrias Transformadoras de Energia e Ambiente, diz que há muitas pequenas empresas em dificuldades. O presidente da Junta de Freguesia de Samora Correia, Hélio Justino (CDU), diz que há cada vez mais gente a recorrer ao Gabinete de Inserção Profissional que funciona na junta e que neste momento contabiliza cerca de mil pessoas à procura de emprego.ComentárioHá que ter esperançaNaturalmente que o encerramento de uma empresa significa três problemas: pessoas que ficam desempregadas, um empresário que perde tudo e a riqueza que a empresa produzia e que deixa de haver. O Concelho de Benavente está numa zona de transição da Grande Lisboa e o interior. No passado, quando estávamos em expansão, beneficiou da sua situação estratégica. Aliás, a Soctip foi uma empresa que se deslocou para o Concelho, vindo de Lisboa. Agora, em crise, sofre essas ondas de “choque” que têm sido mais sentidas em Lisboa, com o problema do desemprego a subir.Mas teremos que ter esperança, pois a nossa região, nos primeiros 9 meses do ano criou mais empresas que Lisboa. A Nersant, tem tentado por vários meios, ajudar as empresas: qualificando a mão-de-obra, internacionalizando as empresas, apoiando no investimento com projectos co-financiados, incentivando a criação de empresas (sitio do empreendedor), promovendo os produtos e serviços (club Nersant), realizando encontros de negócios internacionais. Ou seja, um sem número de actividades que tem ajudado a minorar o problema de encerramento de empresas e consequente flagelo do desemprego. Temos trabalhado muito. Os resultados são visíveis.António Campos Presidente comissão executiva da Nersant
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