Empresas que adoptem medidas de eficiência energética são mais competitivas
Foi com a entrega de certificados, num ambiente de convívio, que terminou para 21 empresas da região a participação no projecto Auditec, uma iniciativa da Nersant - Associação Empresarial da Região de Santarém, que as levou a adoptarem um conjunto de Diagnósticos Tecnológicos e de Inovação, Energéticos e Ambientais que as torna mais eficientes do ponto de vista energético e, por isto, mais competitivas. A cerimónia realizou-se a 23 de Janeiro durante uma sessão-almoço que contou com a presença do secretário de Estado da Energia, Artur Trindade.As empresas que recorram aos Diagnósticos Tecnológicos e de Inovação efectuaram um levantamento da empresa a nível da tecnologia existente e determinam as suas oportunidades e ameaças de modo a definirem um plano que permita que a empresa desenvolva novos produtos ou processos de fabrico e se torne mais competitiva, diferenciando-se da concorrência. Já os diagnósticos energéticos contabilizam os consumos de energia da empresa e definem medidas de modo a reduzir a “factura mensal” de energia. Os diagnósticos ambientais fazem um levantamento da situação de uma instalação em termos ambientais e a identificação dos requisitos legais aplicáveis, de forma a verificar a existência de não-conformidades ou de práticas ambientais inadequadas, e corrigi-las, através do estabelecimento de um plano de acções ambientais.A presidente da Direcção da Nersant, Salomé Rafael, elogiou este projecto de auditorias tecnológicas (Auditec) e todas as empresas que aderiram ao mesmo, considerando que a temática da eficiência energética deve estar, hoje em dia, sempre presente. “Os custos da energia são enormes mas, independentemente disto, devemos ter uma economia mais limpa, mais verde e que melhora o desempenho e a competitividade das nossas empresas”, atestou.A responsável deu a conhecer ao governante a “fibra” dos empresários da região que “mesmo neste momento extraordinariamente difícil” têm conseguido crescer. “O Ribatejo apresenta índices de criação de empresas superiores a Lisboa. Também conseguimos aumentar as nossas exportações, não obstante a fileira da construção civil se estar a voltar para o mercado externo e querer voltar a construir aqui”, afirmou, relembrando o papel que a associação tem vindo a desenvolver, através da realização de inúmeras acções nos últimos anos, no sentido de sensibilizar as empresas para a inovação e para as tecnologias.Elogios ao Ministério da EconomiaDirigindo-se aos empresários presentes na sala, Salomé Rafael reconheceu como “positivas e importantes” as medidas que foram tomadas, nos últimos tempos, pelo Ministério da Economia e que favorecem a economia e as empresas, acrescentando que é importante ouvir a voz dos empresários. “Temos um canal de comunicação muito bom com o Ministério da Economia e esperamos que assim continue”, confessou.Artur Trindade elogiou a adesão destas empresas ao projecto Auditec, garantindo que a eficiência energética ocupa um papel central para o actual Governo. “Esta iniciativa vai no bom caminho e alinha na perspectiva do Governo para o desenvolvimento económico e empresarial do nosso país”, afirmou o governante, acrescentando que as empresas e particulares que utilizam os recursos energéticos disponíveis, minimizam a necessidade de novos investimentos, ou seja, de maiores custos. “Esta iniciativa de auditar a eficiência energética diminui parte dos custos com a energia, que lhes permite ganhar espaço competitivo fundamental para avançar no processo de desenvolvimento económico que pretendemos imprimir no país”, disse.O projecto Auditec, implementado pela Nersant, contou com o apoio de fundos comunitários. As 21 empresas que receberam o certificado pela participação no projecto Auditec foram: Acerplás, Agro-Graça, Contemp, Honório, J.S. Gouveia, Momsteel, Uniovo, Cabena, Gelval, Gouxa, Henricarnes, Margarido’s, Casal do Conde, SPR Especiarias, Mascata, Panificadora Costa & Ferreira, Sicarze, Sociedade Lusitana Destilação, Univeg, Mercar e Danbanho.Concorrência no mercado da energia beneficia consumidorNo discurso que fez perante duas dezenas de empresários, o secretário de Estado da Energia, Artur Trindade, foi claro ao afirmar que “o custo da energia não vai descer nos próximos anos”, acrescentando que a intenção passa por tomar medidas para evitar que os mesmos subam de forma galopante. “Se não tomássemos as medidas que estamos a tomar, o custo da energia, dentro de alguns anos, seria de mais 50% em relação a 2009. As medidas que estamos a tomar impedem esse aumento”, atestou. Artur Trindade referiu que a subida dos custos energéticos prejudica os planos de negócio das empresas pelo que se torna necessário proteger o sector. “Queremos que haja mais concorrência, que permite ao consumidor fazer escolhas e diminuir o poder do mercado dos operadores para que as empresas e os consumidores venham a beneficiar com isso”, justificou. O secretário de Estado garantiu que as medidas tomadas não prejudicam o sector das energias renováveis, contrariamente ao que é veiculado. “Aquilo que estamos a fazer é corrigir o custo da energia toda, incluindo a energia renovável. Pretendemos promover as energias renováveis mas diminuir o seu nível de subsidiodependência”, disse.
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