Nersant defende que associações empresariais integrem Conselho Regulador de Energia
Posição foi assumida por Domingos Chambel perante o secretário de Estado da Energia
As associações empresariais, “nomeadamente as de cúpula”, deviam ter assento no Conselho Regulador de Energia, defendeu na passada semana, em Torres Novas, Domingos Chambel, vice-presidente da Nersant - Associação Empresarial da Região de Santarém. O responsável aproveitou a presença do secretário de Estado da Energia, Artur Trindade, que apadrinhava uma cerimónia de entrega de certificados a vinte e uma empresas do distrito de Santarém pela sua participação no projecto Auditec, para dizer que “as associações empresariais gostariam de ter uma palavra a dizer”, dentro do órgão regulador, “para que pudessem contribuir com o seu saber e experiência para que, efectivamente, as taxas fossem mais justas”.Em resposta, Artur Trindade explicou que “o regulador não se esgota nos conselhos” e faz consultas, pedindo opinião nos momentos em que têm que decidir e cabe à Nersant apresentar as sugestões que entender. “Enquanto lá estive, recebi algumas associações empresariais e respondi a cartas e pedidos de informações pedidas por essas entidades”, disse, acrescentando que o Conselho Regulador de Energia conta, pelo menos, com um representante do sector empresarial, Jaime Braga da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) que veicula essas preocupações. O governante explicou que a única coisa que o preocupa em relação à sugestão dada por Domingos Chambel advém das associações empresariais “muito grandes” terem também associados que são representantes do sector da energia, ou seja, com interesses próprios.Aproveitando a disponibilidade demonstrada por Artur Trindade para responder a questões e ouvir os empresários, o vice-presidente da Nersant pediu ainda que a legislação fosse alterada para que as empresas tivessem possibilidade de autonomia para produzirem a sua própria energia. “Gostávamos imenso e era uma grande vitória se o conseguisse junto do seu Governo, a alteração à lei para que fosse permitido às associações empresariais intermediar o preço da energia”, lançou o repto. No entender da Nersant, se este cenário se verificasse, as associações empresariais podiam “comprar energia” e arranjar blocos de empresas para negociar junto dos fornecedores e obterem melhores condições de compra.Outra situação que Domingos Chambel considera “injusta” é a taxa de potência aplicada, defendendo a necessidade de uma “revisão da legislação” que, actualmente, obriga as empresas a pagarem 50% da potência instalada. O responsável abordou também as questões dos custos da linha de abastecimento de energia, no sentido de não ser apenas a empresa a suportar esta despesa. “Em Espanha e França, qualquer empresa que se instale não paga o preço das linhas de abastecimento mediante um contrato de fornecimento exclusivo, de dois ou três anos, mas não têm que os pagar à cabeça”, exemplificou, acrescentando que todos tinham a ganhar se o Governo avançasse com o plano de barragens que tem delineado a nível nacional, que permitiria a “produção de energia própria e a consequente diminuição dos seus custos”.
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