Justino Carraço
Empresário, Tramagal (Abrantes)
“Acho que as câmaras não devem subsidiar os corsos. Por vezes as condições climatéricas não ajudam e não há retorno do investimento feito. É um fiasco. Estamos em tempo de crise e não deve ser o dinheiro dos contribuintes a fazê-lo. O Carnaval é uma época do ano que me passa ao lado”
Ficou entusiasmado com o anúncio do regresso de Portugal aos mercados?O regresso aos mercados é um óptimo sinal para podermos regressar ao crescimento económico e acelerar a passagem da recessão para o crescimento. A situação só irá melhorar quando houver uma política de apoio e financiamento a pequenas e médias empresas, a reindustrialização do país tornando-o mais competitivo, diminuir a carga fiscal e a criação de emprego.Costuma pedir factura mesmo que seja relativa a pequenos consumos? Geralmente peço factura apenas para os bens que necessitam de garantia. Não fiquei sensibilizado para pedir factura quando sei que necessito de fazer compras no valor de 2.200 euros/mês para poder deduzir à colecta 250 euros, em serviços de oficinas, cabeleireiros, restauração e hotelaria. Concorda que a nova legislação ajuda a combater a fraude fiscal?As novas regras, estabelecidas em 2013, obrigam à emissão de factura em todas as vendas de bens e serviços, mesmo que os clientes não a exijam. As Finanças estabeleceram também regras mais apertadas na declaração dos elementos das facturas através de software de facturação e de um portal online. Desta forma os contribuintes podem verificar no portal das Finanças se as facturas emitidas estão declaradas pelo fornecedor, participando neste trabalho de combate à fraude.As câmaras municipais devem subsidiar os corsos de Carnaval?Não. Por vezes as condições climatéricas não ajudam e não há retorno do investimento feito. É um fiasco. Estamos em tempo de crise e não deve ser o dinheiro dos contribuintes a fazê- lo. O Carnaval é uma época do ano que me passa ao lado.Usa o cinto de segurança em curtas deslocações por precaução ou por causa das multas?Uso sempre o cinto de segurança, mesmo em pequenas deslocações, por questões de segurança. Considero que este é um gesto cívico e pedagógico.Já alguma vez comprou produtos através da Internet? Não compro produtos através da Internet porque gosto de verificar a qualidade do produto que vou adquirir. Sou pouco adepto de redes sociais como, por exemplo, o Facebook mas, por vezes, faço umas visitas ao twitter e Myspace.Se fosse ministro que pasta escolhia e porquê?Seria ministro da Solidariedade e da Segurança Social. Promovia a sustentabilidade da Segurança Social, apoio à família e à natalidade, combater a pobreza, aumentar as pensões mínimas e reforçar a inclusão e coesão social. Incomoda-me a indiferença perante os problemas sociais. Concorda com a criação do agrupamento de bombeiros do Médio Tejo?Concordo, desde que mantenham as competências inerentes às suas funções e que sejam salvaguardados os interesses dos bombeiros e das populações.Alguma vez caiu ou esteve quase a cair no conto do vigário?Felizmente, nunca caí no conto do vigário. As pessoas devem estar atentas a situações que consideram duvidosas e sempre alertar as autoridades para que mais não caiam em logros. Já teve que recorrer a médicos particulares por não ter consulta no centro de saúde?Sim. Porque só me foi atribuido médico de família há cerca de dois anos, embora, o centro de saúde a que pertenço, das poucas vezes que recorri aos seus serviços, fiquei com a sensação que funciona de forma a proporcionar aos seus utente, uma consulta rápida e com pouco tempo de espera.O que faz mais falta no local onde vive?Como em todo o lado, gostava que fossem criadas novas empresas geradoras de postos de trabalho para que as populações se pudessem fixar.Trabalha directamente com idosos. O que é mais gratificante no seu trabalho?O mais gratificante no meu trabalho com idosos é adquirir de cada um uma mais-valia pessoal e cultural. É recebê-los com as suas incapacidades e vermos no dia-a-dia o aumento da sua condição funcional e cognitiva, proporcionando-lhes um envelhecimento mais saudável e mais activo. É a criação de empatia e laços de afecto. É muito gratificante sabermos que o nosso trabalho é reconhecido pelo nosso esforço e dedicação.
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