Benefícios à reabilitação de casas de Manique do Intendente não atraem proprietários
Apoios fiscais e isenções de taxas esbarram na falta de dinheiro para as obras
Projecto abrange 80 edifícios mas na sessão de esclarecimento promovida pela Câmara de Azambuja apareceram apenas dezena e meia de habitantes e muitos deles nem sequer estão interessados em contraírem empréstimos para beneficiarem dos apoios.
Vários residentes do centro histórico de Manique do Intendente, Azambuja, não pretendem aderir ao programa de recuperação das suas habitações, que prevê benefícios fiscais e isenções em taxas municipais. Tudo devido à falta de dinheiro e inexistência de juros bonificados para o caso de recorrerem ao crédito. O próprio presidente da junta de freguesia, Herculano Martins, prevê uma adesão muito reduzida e confessa que existem problemas mais urgentes para resolver na localidade. Para a generalidade dos participantes na sessão de esclarecimento do programa, a isenção do Imposto Municipal sobre Imóveis durante cinco anos e do Imposto Municipal sobre Transmissões, não compensa o investimento necessário. “Requalificar uma casa hoje em dia custa muito dinheiro. A isenção de IMI é importante mas devia haver mais, como por exemplo a possibilidade dos moradores beneficiarem de juros bonificados se recorressem a empréstimos”, refere Firmino Morgado, morador. José Correia, Luís Gomes e Hélio Gil têm casas que apresentam sinais de degradação, mas confessam que esta época de crise não está para se gastar dinheiro. O presidente da junta de Manique do Intendente admite que o programa é interessante mas prevê que a maioria dos moradores não vai aderir. “Há casas bastante degradadas mas as pessoas não têm capital para as mandar reparar. Aquelas que estão mais necessitadas vão ficar iguais”, lamenta. Acrescentando que preferia que se fizesse um investimento na requalificação do mercado diário da localidade na recuperação da fachada do palácio de Manique.A câmara municipal preparou o projecto para abranger 80 habitações e na sessão de apresentação apareceram apenas dezena e meia de pessoas, o que demonstra algum desinteresse da população. “Já nos vamos habituando à falta de público”, lamentou Ana Ferreira, vereadora do município, garantindo que o facto da sessão se realizar à hora de jantar não teve qualquer influência. O Programa Estratégico de Reabilitação Urbana estabelece que as intervenções têm que ser feitas até 2027. Durante este mês os técnicos da empresa intermunicipal “LT Sociedade de Reabilitação Urbana”, criada pela Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo, vão começar a visitar as casas de Manique para avaliarem estado de conservação exterior e interior. O proprietário interessado em aderir tem de contactar a câmara e cumprir vários procedimentos, como garantir a traça original do edifício.
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