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Não nos podemos comportar como se esta crise fosse o fim do Mundo

Não nos podemos comportar como se esta crise fosse o fim do Mundo

José Martins, 42 anos, Empresário, Vila Franca de Xira

José Martins, 42 anos, proprietário do Centro Médico Veterinário do Jardim e Casa das Sementes, em Vila Franca de Xira, é casado e tem dois filhos. Viveu desde sempre rodeado de animais. Nunca gostou de estar preso dentro de casa e garante que o gosto para a área comercial já nasceu consigo. Espera ainda ingressar na universidade para tirar um curso. Nos tempos livres gosta de andar de bicicleta e tocar acordeão.

Sou anti-computador. Não consigo estar preso em casa. Gosto de andar na rua. Um dia destes encontrei na garagem uma caixa cheia de berlindes dos meus tempos de miúdo e lembrei-me que já em criança também não conseguia estar trancado e andava sempre na rua a jogar ao peão ou aos berlindes. Era um aluno baldas mas conseguia safar-me. Estudava sempre para os exames na véspera. Nunca chumbei. Terminei o 12º ano com 18 valores a Matemática. Aquilo até irritava os professores. Se me aplicasse mais poderia ter sido um aluno excepcional. Nasci já com a vocação de ser comercial. Depois de terminar o 12º ano comecei a trabalhar numa empresa, onde durante oito meses estive encarregue da gestão de stocks. Depois convidaram-me para a parte comercial e a partir daí nunca mais larguei esta área. Gosto de estar na rua, de conversar com as pessoas, de estabelecer contactos. Ainda não desisti da ideia de tirar um curso superior. Em 2004 estive quase a ir para a Universidade Lusófona tirar o curso de veterinária, mas desisti quando soube o preço. Estou a pensar tirar um curso de um ano e meio que complementa um curso de enfermagem veterinária e já me permite dar uma vacina a um cão. Quero-o fazer em termos de enriquecimento pessoal mas também para dar uma ajuda na nossa clínica veterinária. Levanto-me todos os dias muito cedo para tratar dos animais. A minha vida pessoal e profissional esteve sempre ligada aos animais. Comecei por trabalhar numa empresa dedicada à alimentação e produtos para os animais de estimação e a partir daí estive sempre ligado a este ramo, na área comercial. Desde pequeno sempre tive muitos animais. Hoje tenho nove cães, várias galinhas, patos e porquinhos da índia. Há pouco tempo tinha duas cabras e um borrego. Gosto muitos de cães e os meus preferidos são o bulldog inglês e o rottweiler. Nunca tive um cão que me atacasse. Penso que 90 por cento dos problemas de um cão são do dono. Se um cão atacar ou mesmo matar alguém, deve-se sempre apurar os motivos e estudar o animal. Na nossa loja de animais trato sempre das tosquias e da estética canina. Os mais malandros costumam ser os mais pequenos. Se o cão se mostra agressivo coloco um açaime. Tratar das unhas, patas e focinho é o mais difícil. Muita gente vem deixar animais à porta da loja. Deixam pássaros, porquinhos da índia. Nós recolhemos mas não aceitamos cães. Há um decréscimo de vendas de animais por causa das despesas que dão. Prefiro não vender do que sentir que as pessoas estão a comprar por impulso sem terem condições para os ter. O ciclismo ajuda-me a descontrair e a esquecer os problemas. No meu carro ando sempre com uma bicicleta. Faço ciclismo de estrada e BTT. Tento pedalar duas vezes por semana e ao domingo. Faz-me sentir bem a nível físico e mental. O acordeão é outra das minhas paixões. Desde criança que toco. Fazia casamentos e baptizados e conseguia ganhar mais uns extras. Deixei porque era muito cansativo. Hoje só toco em casa. Meti a mão na massa para recuperar um edifício centenário. No princípio do ano passado estive quatro meses a recuperar o edifício onde abrimos a clínica veterinária. A casa já tinha perto de 100 anos. Estava muito degradada. Fiz praticamente tudo sozinho, desde pintar a colocar azulejos. Não tenho problemas com este tipo de trabalhos.Não podemos pensar que o mundo vai acabar. Está mau, mas é preciso continuar a trabalhar todos os dias para se conseguir alguma coisa. Se não arriscarmos também não conseguimos nada. É preciso também alguma ponderação nestes tempos que correm. Há muitas pessoas que se aventuram nos negócios sem perceberem nada.Eduarda Sousa
Não nos podemos comportar como se esta crise fosse o fim do Mundo

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