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Um clube à procura da sua identidade

Gala do Tramagal Sport União chamou a população e distinguiu campeões de outros tempos

O Tramagal Sport União é um dos clubes mais históricos e eclécticos do distrito de Santarém, mas nos últimos anos caiu num vazio directivo que quase levou ao fecho de portas. Agora uma comissão administrativa eleita em Novembro está a levar a efeito uma forte aposta na reanimação do clube, organizando acções que têm como objectivo chamar os sócios e a população a colaborar com a associação.

A primeira Grande Gala do Tramagal Sport União, realizada no dia 23 de Fevereiro, na Sociedade Artística Tramagalense (SAT), foi um dos eventos incluídos no pacote das acções que os quatro elementos da comissão administrativa querem levar a efeito. Foi sem dúvida uma acção de grande êxito.A organização conseguiu chamar para o seu lado uma grande parte dos artistas tramagalenses, e trouxe ao Tramagal, a maior parte dos atletas que foram campeões nacionais em várias modalidades. Por isso foi possível ver o salão da SAT completamente lotado, de um público entusiasta e participativo, numa fé clubista que se pensava arredada da população do Tramagal.Ninguém se cansou de aplaudir, os artistas que em palco alegraram a Gala, os pescadores que foram campeões ibéricos, os atletas que foram campeões nacionais de atletismo, ou os basquetebolistas que, com grandes dificuldades, mantiveram sempre o clube à tona. As empresas e os amigos que colaboraram com o clube também não foram esquecidos.Mas o momento mais alto da longa noite de sábado foi a presença e a distinção dos futebolistas que na década de sessenta quase levaram o clube à primeira divisão nacional. A subida ao palco de grandes jogadores dessa época, Nelinho, que foi depois jogador do Benfica, Vítor Gomes, que mais tarde foi campeão nacional no Sporting, Nineu, Cardoso, Félix, Rui Duarte Ferreira, Bonito e Vítor Manuel, entre outros, foi saudada com toda a vasta plateia a aplaudir de pé. Foi efectivamente uma noite de emoções fortes que se viveu no Tramagal. “O clube estava à beira de cair no abismo” O Tramagal Sport União passou nos últimos tempos por problemas graves ao nível directivo. Sem direcção o clube esteve entregue a uma comissão administrativa que foi empossada apenas para que o clube não fechasse portas. “Esta comissão fez o seu trabalho, mas o clube estava à beira de cair no abismo”, disse a O MIRANTE o agora dirigente Mário Rui Matos.As modalidades que se praticavam no clube foram desmobilizando, só o basquetebol resistiu e embora tenha cedido no número de equipas e jogadores nunca desmobilizou e continuou a defender as cores do Tramagal Sport União. No início da época de 2012/2013 também o futebol infantil voltou ao clube. “Mas a necessidade de estrutura dirigente era cada vez mais sentida. Em Novembro um grupo de quatro pessoas foi eleita em assembleia geral como comissão administrativa, somos poucos mas a vontade de trabalhar para colocar o clube no caminho certo é muito grande”, garante o dirigente.A primeira decisão deste grupo de pessoas foi a de realizar uma grande gala. “Criámos uma comissão para nos ajudar e andámos de porta em porta a pedir ajuda. A colaboração das pessoas, entidades e empresas foi espectacular e avançámos para este espectáculo, que nos enche de esperança no futuro”, disse Mário Matos.Mas nem tudo tem sido um mar de rosas. Pouco tempo depois de terem andado de mão estendida a pedir para a festa de união dos tramagalenses, os dirigentes do clube foram surpreendidos com uma acção da gatunagem. “No final do ano os gatunos invadiram o Campo Comendador Eduardo Duarte Ferreira e roubaram tudo o que ali havia, desde móveis, torneiras, equipamentos e até os cabos eléctricos do interior das instalações e das torres de iluminação do terreno de jogo, levaram tudo apenas deixaram as paredes porque não as podiam levar. Ficámos sem nada, nem as crianças do futebol infantil podiam treinar”, disse com algum desalento o dirigente.Os elementos da comissão administrativa tiveram algum receio do futuro, tanto mais que teriam que voltar a andar de mão estendida a pedir ajuda. Afinal tiveram uma agradável surpresa, as pessoas voltaram a colaborar, e tiveram da parte das empresas, algumas de fora do concelho, uma compreensão e ajuda extraordinária. Uma empresa do norte cedeu todo o cabo eléctrico necessário, outra ofereceu os esquentadores para voltar a colocar os balneários a funcionar, foi uma ajuda que se cifrou em mais de seis mil euros. A Mitsubishi, instalada no Tramagal, colocou cinco electricistas a resolver o problema, a Câmara de Abrantes e a Junta de Freguesia do Tramagal, deram todo o seu apoio. “Todos foram extraordinários e o Tramagal Sport União está eternamente grato por isso”, garantiu Mário Rui Matos.Uma comissão administrativa encontrada no casamento de um atletaA actual comissão administrativa foi, curiosamente, encontrada no casamento do atleta Daniel Martins. “O actual líder desta comissão, Luís Lopes, em conversa comigo, disse que não podíamos deixar morrer o clube, vamos tentar arranjar mais alguém e avançar para a frente do Tramagal Sport União. Falámos com mais algumas pessoas e tivemos o sim do João Barata e do João Carlos Pi e assim avançámos para a frente do clube”, disse Mário Matos.A vontade de trabalhar é enorme, mas é preciso mais gente para ajudar a comissão. “Estamos a organizar o clube, o basquetebol vai voltar a ser ainda mais forte, o futsal vai avançar com organização e o futebol sénior vai voltar, porque isso é essencial para o funcionamento do clube”.Os dirigentes do Tramagal Sport União ficaram entusiasmados com a aceitação das pessoas da freguesia, acreditam que o clube vai voltar a ser um clube forte ao nível do distrito de Santarém. “Para isso precisamos de colocar um piso sintético no Campo Comendador Eduardo Duarte Ferreira, e aí voltamos a estender a mão a empresas, pessoas e entidades da região”.

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