Não me admirava nada que o senhor padre Carlos Ramos viesse a integrar a lista do PS à Câmara Municipal de Torres Novas, principalmente depois dos elogios que ele fez ao actual vice-presidente, Pedro Ferreira, que deverá ser o cabeça de lista dos socialistas. Nestas coisas é preciso ir lendo os sinais. E também não espantaria nada que fosse ele próprio o cabeça de lista. Tem perfil para isso. Também não terá sido inocentemente que o município lhe atribuiu o ano passado, quando poderia muito bem tê-lo feito antes quando ele deixou de ser pároco na cidade, a Medalha de Mérito Municipal da Benemerência. Amor com amor se paga, diz o povo. O senhor padre Carlos Ramos estava já a desempenhar as funções de Coordenador Geral da Santa Casa da Misericórdia e como é referido na notícia não tinha qualquer trabalho pastoral atribuído. Pedir a suspensão do exercício do sacerdócio é um indício muito forte de que se prepara para a tal aventura autárquica que confessou gostar de ter. E o senhor Bispo de Santarém ao satisfazer os seus desejos deve ser porque não gostaria de ter um padre da sua diocese na política activa e logo no PS.João Carlos de Sousa Mateus