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Simpatia e qualidade são atributos essenciais para vencer a crise

Simpatia e qualidade são atributos essenciais para vencer a crise

Fernando Santos é dono do restaurante “O Caixote” de Vila Franca

Quis ser futebolista mas acabou por dar continuidade ao restaurante que o pai criou no centro de Vila Franca de Xira. Fernando Luís Santos, 39 anos, dirige “O Caixote”, um estabelecimento que parece imune à crise. O segredo, garante o empresário, é apostar no bom atendimento, simpatia e qualidade das refeições.

Para sobreviver ao actual momento de crise que atravessa a economia nacional e regional o segredo é oferecer aos clientes produtos de qualidade, simpatia e cordialidade no atendimento. A opinião é de Fernando Luís Santos, 39 anos, gerente do restaurante “O Caixote”, de Vila Franca de Xira. “Sou incapaz de ter um salgado do dia anterior à venda e não dizer isso ao cliente. Também vou a outros lados e gostava que me fizessem o mesmo. São pequenos gestos que fazem a diferença. Aprendi com o meu pai a não fazer aos outros o que não gostava que fizessem a mim”, refere. O empresário diz que actualmente está a conseguir fintar a crise oferecendo aos clientes refeições mais rápidas e baratas, como pratos do dia, bifanas e sopas. “Os restaurantes à carta sofrem mais com a crise do que nós. Sinto que aqueles clientes que perdi por causa da crise, que começaram a comer no trabalho, foram substituídos por outro tipo de clientes, que deixou os restaurantes à carta e passou a comer aqui”, refere. A inversão nos padrões de consumo acabou por favorecer um restaurante que, pela sua centralidade, está quase sempre cheio. Fernando, que na juventude sonhava ser futebolista, acabou por manter aberto o negócio criado pelo pai, Fernando Jerónimo, já falecido. O estabelecimento celebra 20 anos de existência em Setembro.Fernando nasceu em Vila Franca de Xira e aos 18 anos começou a ajudar o pai no restaurante. No primeiro dia serviu cafés e imperiais. Depois tentou a sua sorte noutro ramo. “Fui para uma firma de importação e exportação de equipamento hoteleiro na Póvoa de Santa Iria. Chegámos a facturar um milhão de euros por mês mas depois o meu pai adoeceu e decidi pegar no restaurante”, conta. Ironia do destino, a empresa onde estivera acabou por fechar portas e despedir todos os trabalhadores em Fevereiro de 2013. Fernando continua a trabalhar.“Quando temos jeito para isto torna-se mais fácil fazer o trabalho. Eu gosto muito do atendimento ao público e fui ficando. Hoje não vivo sem isto”, confessa. É uma pessoa que gosta de servir qualidade e prefere dizer que não há comida disponível do que estar a servir qualquer coisa que tenha no frigorífico. “Não arrisco”, garante. O que mais o chateia é aparecer gente que come e sai pela porta sem pagar. “Alguns comem e no fim dizem-me para assentar o nome para pagarem depois. Fico aborrecido porque não faço isso em lado nenhum e não gosto que me façam isso. Mas não nego um prato de comida a quem realmente precisar”, refere. Diz que gostava de ter mais espaço e ampliar o restaurante, que fica a poucos metros do tribunal da cidade. O objectivo era poder instalar mais acessórios na cozinha que lhe permitissem começar a oferecer grelhados aos clientes. O seu dia de trabalho começa às sete da manhã e só termina pelas 22h00. “É muito cansativo, chego ao fim do dia com bastantes dores nas pernas e em alguns dias até sinto cãibras. Mas é a única maneira de conseguir que o negócio dê algum lucro. O aumento do IVA deu cabo do negócio”, condena. Fernando diz que a sua profissão é “muito dura” mas que isso não lhe tira o sorriso do rosto. “Temos aqui um ambiente familiar que as pessoas gostam e que a mim me dá prazer”, vinca. O empresário diz ficar triste com o facto de a cidade ficar “morta” durante a noite mas garante que não se sente inseguro. “Acho que há várias causas para que isso aconteça, é um bocado a falta de dinheiro e as pessoas terem medo de andar na rua. Uma coisa que foi muito negativa para a cidade foi a divisão da PSP sair do centro de Vila Franca para ir para Alverca. Antigamente andava sempre polícia na rua, entravam nos cafés, falavam, as pessoas eram vistas. Hoje em dia já não é tanto assim”, lamenta. O futebol é uma das suas grandes paixões e guarda boas memórias dos seus tempos de jogador. Sonhava ser guarda-redes e não afasta a possibilidade de um dia voltar a ser treinador, como foi em tempos das camadas jovens da União Desportiva Vilafranquense.
Simpatia e qualidade são atributos essenciais para vencer a crise

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