Desde muito jovem que Ana Leal, 30 anos, dedicava algum do seu tempo a acompanhar o pai, o conhecido solicitador Pedroso Leal, na elaboração de escrituras, dedicando sempre muita atenção aos passos que este dava. Natural de Torres Novas, licenciou-se em Direito na Universidade Católica em Lisboa mas sempre preferiu a área da solicitadoria pelo que nunca teve dúvidas em relação ao que gostaria de exercer profissionalmente: ajudar as pessoas a resolverem pequenas questões do dia-a-dia que, por desconhecimento, falta de tempo ou disponibilidade ficaram pendentes nas suas agendas. O percurso que o pai trilhou teve alguma influência na escolha, confessa, embora sempre tivesse sentido uma vocação pela área notarial. A opção pelo curso de Direito, e não pelo de solicitadoria, deu-se pelo facto de sentir que ficaria melhor preparada.“O meu pai tinha escritório aberto e foi uma oportunidade que aproveitei tendo em conta as actuais condições socioeconómicas. É uma área que gosto muito, especialmente desde que os solicitadores têm novas competências, no âmbito do Balcão Único do Solicitador, e de fazer os termos de autenticação de contratos particulares”, explica Ana Leal, sentada à secretária no moderno e muito convidativo escritório que tem na Rua da Fábrica, n.º 15, em Torres Novas. Um solicitador, por definição, é um profissional liberal que presta consulta jurídica e ao qual compete representar, aconselhar e acompanhar os cidadãos e as empresas, junto dos órgãos da administração pública, dos tribunais ou quaisquer outras entidades ou instituições públicas ou privadas, com vista à defesa dos direitos que lhe forem confiados. “O que se costuma dizer é que um solicitador faz quase tudo o que um advogado faz mas não vai a tribunal”, indica.O dia de trabalho de Ana Leal - que, entretanto, fez uma pós-graduação em Registos e Notariado, em Coimbra, e está inscrita no mestrado em Solicitadoria - é sempre diferente e habituou-se a ter um horário flexível, à medida das necessidades do cliente. Verificar se os contratos estão legalmente conformes, liquidar impostos após a repartição fechar, esclarecer dúvidas relacionadas com leis, fazer reconhecimentos de assinaturas, a autenticação de documentos, traduzir documentos necessários para levar numa viagem ao estrangeiro, tratar da compra e vendas de registos de automóveis ou acompanhar o cliente a repartições públicas são algumas das tarefas que um solicitador desempenha. “A nova lei do arrendamento, por exemplo, trouxe muitas dúvidas - quer aos arrendatários quer aos proprietários - que podemos ajudar a resolver”, exemplifica. Também as pessoas que não estão familiarizadas com a Internet podem recorrer ao Balcão Único do Solicitador que existe nos escritórios de Solicitadoria PL - “Pedroso Leal” para tratar de muitos assuntos à distância de um clique. “O Balcão Único do Solicitador permite ao cliente recorrer a um profissional, com credenciação que consegue, na esteira do Simplex, obter alguns serviços”.Para Ana Leal o mais gratificante na sua actividade, para além da interacção com o público, prende-se com o facto de resolver os problemas dos outros, libertando as pessoas dessa pressão. “Há clientes que nos agradecem bastante quando os ajudamos. É gratificante, em termos pessoais, sentir que prestarmos um serviço útil e que o mesmo é valorizado”, refere. A organização é fundamental no exercício da sua actividade uma vez que não podem existir falhas nos prazos ou esquecimentos. A solicitadora Ana Leal considera que a chave para o êxito passa por ter uma boa equipa a seu lado, trabalhando todos com o mesmo empenho e dedicação. “As casas constroem-se com equipas de valor. Tentamos que o cliente saia sempre satisfeito”, sustenta, acrescentando que se sente privilegiada porque gosta muito do que faz e está satisfeita por ter seguido as pisadas do pai.