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O poeta da fruta de Samora Correia

O poeta da fruta de Samora Correia

É na Avenida Elias Garcia que Manuel Miguel, 64 anos, mais conhecido pelo “poeta da fruta”, tem o seu veículo estacionado num sábado de manhã, 30 de Março. É uma bicicleta com um pequeno reboque construído pelo próprio para transportar a fruta e hortaliças que vai vendendo na rua. Em tom de brincadeira garante que passa sempre à primeira na inspecção, o seguro também está em dia e nunca teve um acidente. Nem a chuva parece estorvar este pequeno agricultor, com as mãos calejadas do trabalho. “Meto um oleado para me proteger da chuva e faço-me à estrada na mesma de bicicleta”. Há perto de 30 anos que vai vendendo tudo o que produz em casa. Já esteve no mercado, mas agora as vendas estão tão fracas que garante não ter dinheiro para pagar o aluguer de uma banca. No Inverno ainda pega num assador e vai para a rua vender castanhas assadas. “A vida está muito má. Não tenho reforma, tal como a minha esposa, e vivemos destas vendas que eu vou realizando. Os meus dois filhos também dão uma ajuda”, garante. A manhã já estava quase a terminar e o seu reboque ainda estava cheio de verduras. “Fiz três euros, não mais do que isso. Vou chegar a casa e dar agora isto tudo aos animais”, diz com algum desalento. Manuel Miguel não parte sem antes explicar a sua alcunha. “O apelido “poeta” vem da minha mãe. Tinha um irmão que trabalhava numa oficina e puseram-lhe o nome de poeta dos pneus. Eu como andava a vender melões e melancias fiquei o poeta da fruta”. Eduarda Sousa
O poeta da fruta de Samora Correia

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