Beatriz Silva, 12 anos, vai brincando com os amigos na tarde de sábado, 13 de Abril, no Centro Social do Porto Alto antes de começar a primeira tarde infantil organizada pela secção de rancho da Associação Recreativa do Porto Alto (AREPA). Há um ano que pertence ao rancho folclórico infantil. Adora o rancho e a “culpada” é a ensaiadora, Mafalda Sousa, que contagia todos em redor. Há oito anos agarrou com o marido no rancho da AREPA. Na altura só havia o grupo adulto com quatro pares. Agora o adulto e o infantil têm 80 elementos. “Mal a Mafalda saia eu também saio”, confessa a pequena Beatriz. Basta estar atento para perceber que Mafalda Sousa é a alma do grupo que mobiliza todos e está de braços abertos para acolher os mais pequenos. “Temos também meninos com alguma deficiência a quem sempre abrimos a porta e outros que encontram neste espaço algum carinho que não têm em casa por terem muitos irmãos”, justifica Mafalda Sousa. De momento tem sete pares que integram o rancho infantil e outros que ainda andam a aprender. O crescimento tem sido tão rápido que já não é possível aceitar mais crianças para se conseguir manter ordem nos ensaios e gerir os custos. “A secção é que dá os trajes para todas as crianças e embora o preço varie custa sempre pelo menos 100 euros”, diz a ensaiadora. Os pais vão contribuindo com um euro por mês para as saídas ou trazem sempre alguma comida para os encontros. Mafalda Sousa garante que existem “crianças que têm um dom natural para dançar, enquanto outros podem demorar anos apesar de terem muita força de vontade”. Ensaiam geralmente uma vez por semana e antes de cada ensaio conversam um pouco para trocarem ideias. “Isto é a nossa vida, tentamos dar o nosso melhor, tento que os outros andem aqui também por gosto e não andar por andar”, desabafa a ensaiadora. A AREPA organizou na tarde de sábado, 13 de Abril, uma tarde dedicada ao rancho infantil que contou com a participação dos ranchos infantis da Juventude Atalaiense, do Montijo, e de “Os Camponeses da Raposa”, concelho de Almeirim. O espectáculo abriu com alguns elementos do rancho da AREPA vestidos de palhaço e a provocar muitas gargalhadas na sala. “O folclore não é uma coisa para pessoas de mais idade. O que nós pretendíamos era mostrar isso mesmo”, conclui Mafalda Sousa.