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António Maria Veríssimo anda de café em café a vender a sua poesia

António Maria Veríssimo, 66 anos, anda a tentar vender alguns exemplares do seu livro de poesia nos cafés de Benavente. Pede dois euros por cada, mas não encontra muitos interessados. “Se tiver uma pessoa a comprar, as outras todas desatam logo a comprar também”, explica o poeta de Samora Correia, calejado já pela experiência. Desde que editou o seu primeiro livro em edição de autor, em 2002, que corre todos os estabelecimentos comerciais do Ribatejo e arredores. Escreve poemas desde que aprendeu a escrever na escola. Lembra-se de ouvir os pais a cantar uns fados e acha que isso o influenciou. É assim que ganha um bom complemento para ajudar na reforma que retira de uma vida dedicada a trabalhar nos campos e na construção civil. O poeta popular escreve quase todos os dias um poema na mesa do almoço. Às vezes chega a acordar a meio da noite com um poema na cabeça e não descansa enquanto não o põe no papel. Passa-os depois numa velhinha máquina de escrever, antes de os enviar para a gráfica. Imprime de cada vez cerca de quatro mil exemplares. Num dia bom chega a vender perto de 30. Os dois anos que passou na Guerra do Ultramar inspiram-no em muitos poemas, tal como a política. Num dos seus livros, com uma pequena burrica a preto e branco a ilustrar o poema, declama os versos que escreveu inspirado numa presidente de câmara da zona: “Sou uma burra ganhadora/ A zurrar dia e noite/ Já cheguei a doutora/ Quero chegar à autarquia”. Eduarda Sousa

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