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Uma professora universitária na organização da escola de música

Luzia Rocha é esposa do maestro Bruno Moedas e predispôs-se a acompanhar o marido nesta aventura de dirigir a Banda Filarmónica Carregueirense “Victória”. “Quando convidaram o Bruno e ele aceitou, aceitei também colaborar de forma informal, sem receber nada em troca, na reorganização da escola da música, que estava muito desorganizada. Tratei de arregaçar as mangas, tracei um plano, formei turmas, classes e defini horários para que tudo funcionasse efectivamente como uma escola”, explicou a professora.“Nunca me passou pela ideia tirar algum lucro do meu trabalho. A minha formação na música começou na Banda Filarmónica da minha terra, Outeiro Grande, Torres Novas. Ali toquei e fui maestrina durante muitos anos, saí para ir para a universidade, onde agora sou professora. Sei das dificuldades por que passam estas organizações para conseguirem levar por diante o seu trabalho e é por isso que não quero receber nada em troca a não ser a amizade de toda a gente”, diz.Com a chegada de Luzia Rocha ao comando da escola registou-se um aumento exponencial de alunos. “Foi realmente algo que eu não esperava. Em cinco meses o número de alunos triplicou, temos quase meia centena de alunos. Temos as classes mais novas, entre os quatro e os seis anos, e o ensino de adultos. Digo que temos porque há outros professores na escola. Eu dou mais a parte teórica, depois temos um professor para cada instrumento, são jovens que também são músicos na banda, que também trabalham por carolice”.Para Luzia Rocha e para os dirigentes da sociedade o aumento do número de alunos na escola de música foi uma agradável surpresa. “Fiquei surpreendida com o aparecimento de tanta gente e também com as aptidões que têm. São pessoas muito intuitivas e têm também uma grande vontade de aprender a ler as pautas e de saber o que se está a fazer. É um trabalho cada vez mais aliciante”, garante.À pergunta de como é que não exige uma compensação monetária para o seu trabalho, Luzia Rocha responde com a sua experiência na banda onde foi maestrina. “Isto não é a minha profissão. Sou musicóloga, dou aulas de Musicologia na universidade. Mas aprendi música na banda da minha aldeia, toquei saxofone durante quase 20 anos e fui maestrina durante alguns anos. Ainda acredito que as filarmónicas são o conservatório que o povo pode ter. A música faz muita diferença num ser humano. Não tenho dúvidas de que uma pessoa que sabe música é uma melhor pessoa. Sei que nos dias que correm as famílias não têm dinheiro para dar essa formação aos filhos nos conservatórios e nas bandas têm essa formação de borla. Pagam apenas uma quota de sócio de um euro por mês”.

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