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Celebrar o Dia da Mãe num tempo em que nascem cada vez menos crianças

Celebrar o Dia da Mãe num tempo em que nascem cada vez menos crianças

Toda a gente conhece o problema mas tardam medidas eficazes para o resolver

Temos a quarta taxa de natalidade mais baixa da Europa e nos últimos anos tem-se registado a tendência para termos mais mortes que nascimentos.

Vai ser cada vez mais difícil celebrar o Dia da Mãe em Portugal a manter-se a diminuição de nascimentos dos últimos anos. Segundo dados divulgados pela Comissão Europeia, o nosso país tinha em 2011 a quarta taxa de natalidade mais baixa da União Europeia, com 1,35 nados-vivos por mulher. A média na União Europeia (UE) no mesmo ano foi de 1,57. A tendência é para que a situação se venha a agravar.O relatório mostra que, em 2002, Portugal tinha uma taxa de natalidade ligeiramente acima da UE: 1,47 contra 1,46, tendência que se inverteu em quatro anos, uma vez que em 2006 já era de 1,36 contra 1,54 nados-vivos por mulher. Em 2009, nasceram em média em Portugal 1,32 bebés por mulher e 1,59 na UE, em 2010 os números foram, respectivamente de 1,36 contra 1,6 e, no ano seguinte, 1,35 em Portugal e 1,57 na UE. Em 2011, as mais baixas taxas de natalidade foram registadas na Hungria (1,23 nados-vivos por mulher), Roménia (1,25) e Polónia (1,3), seguindo-se Portugal e Chipre. As mais altas verificaram-se na Irlanda (2,5) e França (2). A natalidade é o número de nascimentos ocorridos numa região durante um determinado tempo. A taxa de natalidade exprime o número de nados-vivos em relação a um grupo médio de 1000 habitantes.Os dados são preocupantes. Não vai deixar de haver mães mas a sua diminuição acentua-se e não parece haver grande empenho da parte de quem tem capacidade para alterar as políticas de incremento à natalidade num sentido positivo. Alterações sociais profundas ocorridas nos últimos quarenta anos estão na origem do problema. Em 2011 Portugal registou mais mortes do que nascimentos, numa diferença de quase seis mil. Foram assinalados 102848 óbitos e 96856 nados vivos. Os números são retirados das Estatísticas Demográficas do Instituto Nacional de Estatística divulgadas há poucas semanas. Nesse ano, a natalidade atingiu o valor mais baixo de que há registo, tendo-se observado 96.856 nados vivos, menos 4,5% face a 2010, referem as estatísticas, que fazem uma análise global da situação demográfica no país, na última década, adianta o Instituto Nacional de Estatística (INE). Também morreram menos 3106 pessoas do que em 2010. A maioria dos óbitos em 2011 (66,8%) diz respeito a pessoas com 75 ou mais anos. Ainda por cima, a mortalidade infantil aumentou ligeiramente, em 2011, para os 3,1 óbitos por mil nados vivos, quando em 2010, ano em que foi atingido o valor mais baixo de sempre, era de 2,5 óbitos, nota o INE. A proporção de óbitos de crianças com menos de um ano foi de 0,3%, contra 0,2% em 2010.O Dia da Mãe em Portugal celebra-se actualmente no primeiro Domingo do mês de Maio em homenagem a Virgem Maria, mãe de Cristo. A Igreja católica está atenta ao problema. No início do mês os bispos reunidos, através do porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), reclamaram do Governo incentivos fiscais para combater a crise da natalidade, a promoção o emprego juvenil e medidas que permitam a conciliação de trabalho e vida familiar. Segundo o padre Manuel Morujão, “a crise que atravessamos também é reflexo da crise demográfica”.Poucos dias antes o Governo anunciou que, para ajudar as famílias que desejem ter filhos ou mais filhos, pretende recorrer a verbas europeias para promoção do trabalho parcial. O objectivo, segundo o Ministro Pedro Mota Soares, é dar mais tempo às mulheres e aos homens para poderem ser pais.
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