Depois de 36 anos como militante do PSD, e de ter sido uma das fundadoras da concelhia do partido em Ourém, Deolinda Simões, actual presidente da Assembleia Municipal de Ourém, desfiliou-se do partido e concorre, como independente, ao mesmo cargo nas próximas eleições autárquicas, que se realizam este ano, mas desta vez pelo Partido Socialista. Deolinda Simões aceitou o convite feito pelo actual presidente da câmara e recandidato ao cargo, o socialista Paulo Fonseca. A apresentação da candidatura realizou-se na noite de quarta-feira, 24 de Abril, no Centro de Congressos de Ourém. A candidatura de Deolinda Simões vem pôr a descoberto as más relações existentes com alguns dos actuais elementos da concelhia do PSD de Ourém. A autarca afirmou a O MIRANTE que não perdoa a falta de consideração, respeito e carinho a quem se dedicou inteiramente ao partido durante mais de 30 anos. Deolinda Simões confessa que estava a pensar deixar a actividade política. No entanto, depois de tudo o que lhe fizeram (não querendo entrar em detalhes pormenorizados) garante ter ficado ainda com “mais força e vitalidade para continuar ligada à causa pública”.Contactado por O MIRANTE, o presidente da concelhia do PSD de Ourém, Luís Albuquerque, também não esconde as más relações com a presidente da assembleia municipal afirmando mesmo que a decisão de Deolinda Simões é para o PSD um “fardo” que lhe tiram de cima. “Só é surpresa para quem não tem acompanhado o último mandato. As intervenções e posições que a senhora presidente da assembleia municipal tem assumido foram sempre favoráveis ao PS”, critica.Respondendo às afirmações de Albuquerque, a autarca limita-se a ironizar referindo que “Deus queira que no futuro não se arrependam de se verem livres de mim”. Deolinda Simões quer ser um exemplo e mostrar às pessoas que não devem dizer sempre sim a tudo só porque estão filiados num partido. Afirma ter desenvolvido, ao longo dos últimos quatro anos, uma óptima relação com todo o executivo municipal socialista que a envolveu em todas as situações da gestão autárquica. “Viram-me como parte da solução e não do problema”, sublinhou.Em entrevista a O MIRANTE (ver edição 13.Junho.2012) Deolinda Simões já dava conta da má relação que vivia com os actuais dirigentes da concelhia do seu partido. A boa relação com o actual presidente da autarquia valeu-lhe críticas das pessoas de dentro do PSD.