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Ganhão chorou na sessão do 25 de Abril ao recordar a sua infância

Presidente da Câmara de Benavente diz que “quem nasce pobre só é pobre de espírito se quiser”

Num discurso emotivo e em jeito de despedida do cargo, o presidente há mais de 30 anos da Câmara de Benavente, António José Ganhão, recordou que nasceu numa casa sem condições em que a casa-de-banho era um balde.

O presidente da Câmara de Benavente chorou quando recordou as condições difíceis que viveu na infância durante o discurso na sessão solene do 25 de Abril. António José Ganhão, em jeito de despedida porque não se pode recandidatar ao cargo, recordou emocionado a sua vida dizendo que nasceu numa casa sem água nem luz e que a casa-de-banho que tinha era um balde no quintal. “É algo de que não me envergonho”, disse o autarca há mais de 30 anos. Ganhão contou que um dia um tio “rico” ofereceu-se para pagar-lhe os estudos ao saber que o sobrinho era o melhor aluno na escola. “Quem nasce pobre só é pobre de espírito se quiser. Não é uma condenação que nós temos se soubermos lutar, crescer e conquistar o nosso espaço”, apontou visivelmente comovido. Recordou uma reunião que teve recentemente onde estavam outras forças políticas. “Uma pessoa utilizou a frase “para mim sacana, sacana e meio. Disse logo para não contarem comigo. Nunca estive na vida pública para sacanear alguém”. O autarca pediu ainda aos cidadãos para continuarem a ajudar a governar o município. Diz que quando às vezes pede às pessoas para voltarem a ligar para saberem se o processo está ou não resolvido é porque quer que estas se interessem pelo funcionamento da câmara. “Devem ajudar-nos, participar, para que a máquina continue a trabalhar”. António José Ganhão, que nas próximas eleições vai encabeçar a lista à assembleia municipal, criticou ainda o “poder político que se submeteu ao poder económico” e que na sua opinião está a levar ao empobrecimento de todos. “É preciso coragem para acabar com este erro. Precisamos de revolucionar a estrutura política que comanda o mundo. Como vamos recuperar o país se todos os meses desaparece quem cria a riqueza”, questionou. António José Ganhão concluiu o seu discurso apelando a todos os presentes que continuem a construir Abril todos os dias. O vereador do PSD, José da Avô, apelou à esperança e ao trabalho num momento difícil. “Basta de sermos derrotistas. Temos de meter mãos à obra. A confiança de que vamos voltar a ser capazes de produzir riqueza e termos justiça social. Os erros cometidos têm de ser corrigidos e para isso é importante a atitude cívica dos cidadãos”. Este ano, na cerimónia esteve ausente a vereadora do PS, Ana Casquinha.

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