Joaquim Sampaio fica na história da Freguesia de Almeirim por ser o presidente que teve mais sedes da junta e deve ser caso raro no país. Em 20 anos já trabalhou em quatro edifícios na cidade. Prestes a sair do cargo, ao qual está impedido de se recandidatar, inaugurou as mais recentes instalações arrendadas na Rua Bernardo Gonçalves. Ao fim de duas décadas a junta é proprietária de um espaço que não usa por não ter condições, tem um protocolo para ficar com o antigo posto da GNR onde funciona actualmente o tribunal, e já vai no terceiro imóvel arrendado. A junta começou por funcionar numa casa de habitação adaptada na rua do Paço que começou a ter problemas de infiltrações. Quando Joaquim Sampaio toma posse no seu primeiro mandato já o anterior executivo tinha negociado a aquisição de uma loja nuns prédios novos junto à igreja paroquial. O rodopio de mudanças começou a meio do primeiro mandato de Sampaio, eleito pelo PS. Ao fim de seis anos concluiu-se que o espaço já não servia os interesses da autarquia. Joaquim Sampaio negociou então a permuta do espaço com a Câmara de Almeirim, que dava o antigo posto da GNR no Largo Manuel Rodrigues Pisco. Com a necessidade de se ceder um espaço para a instalação do tribunal. A permuta foi assinada mas não se concretizou na prática. A câmara arrendou o antigo posto ao Ministério da Justiça mas decidiu compensar a junta transferindo os 1800 euros que cobra de renda. Com esse dinheiro Sampaio arrendou duas lojas em frente aos paços do concelho, pelas quais estava a pagar perto de 1700 euros. Neste espaço a sede da junta aguentou-se mais de dez anos.No início deste ano decidiu-se fazer outra mudança porque já não havia espaço para o arquivo e os gabinetes já não chegavam. Joaquim Sampaio justifica que faltava até alguma privacidade para receber os fregueses e que começava a ser difícil fazer reuniões. Em Março último a junta passou para um edifício de três pisos arrendado na rua Bernardo Gonçalves poupando cerca de 200 euros nas despesas de arrendamento. O presidente acredita que agora a junta está servida para muitos anos. No novo edifício o rés-do-chão está ocupado com os serviços administrativos, sala de reuniões e os gabinetes do tesoureiro e da responsável pela contabilidade. No primeiro andar estão os gabinetes do presidente e do secretário. Há ainda um grande espaço que pode ser adaptado pelo próximo executivo para fazer uma sala de sessões, evitando-se que as reuniões da assembleia de freguesia continuem a fazer-se no auditório da câmara. No segundo andar o espaço está a ser ocupado com os arquivos, mas há ainda muito espaço que pode ser aproveitado para outras funções no futuro. O autarca, a cerca de cinco meses de terminar o mandato, diz que se fosse ela a decidir nunca teria comprado as instalações junto à igreja. “Em termos de espaço não era uma coisa de futuro. Estivemos lá seis anos porque tínhamos que assumir a responsabilidade da decisão tomada pelo executivo que nos antecedeu”, conclui Joaquim Sampaio.