Na mão direita segura um ovo de 67 gramas e na esquerda outro exemplar que atingiu os 117 gramas como atestou a balança segundos antes, diante dos nossos olhos. Rui Vicente, 67 anos, mostra com orgulho o ovo de proporções fenomenais que retirou de uma das muitas capoeiras que tem na sua quinta na localidade de Assentis, Torres Novas. É criador há dez anos por passatempo e garante que as suas galinhas, que andou de aldeia em aldeia a comprar para escolher as melhores, não têm nada a ver com as de aviário, uma vez que são alimentadas à moda antiga, debicando o que encontram na horta, entre milho e folhas de couves. “Nos supermercados vemos o anúncio de galinhas do campo ou de ovos caseiros mas estas é que são as genuínas. No aviário, as galinhas são fábricas de ovos que, no final, nem para comer prestam. Aqui é a natureza que lhes dita quantos ovos põem e quando os põem”, sustenta. Sem encontrar uma explicação, uma vez que a alimentação é igual para todas as galinhas, no último mês encontrou na mesma capoeira quatro ovos com peso superior a cem gramas, quando um ovo normal anda entre os 50 e 60 gramas. Não consegui identificar, porém, qual será a galinha destes ovos de ouro, alguns com duas gemas no seu interior, que até agora tiveram como destino a cozinha. “É um caso raro da natureza, algo próprio do animal que não tem uma explicação lógica”, defende. Elsa Ribeiro Gonçalves