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Para termos um país desenvolvido precisamos de bons profissionais

Para termos um país desenvolvido precisamos de bons profissionais

Mário Júlio foi o convidado de mais uma edição das Conversas na Taberna no Cartaxo. O professor, que esteve quase a ser actor profissional, defende uma maior aposta no ensino técnico-profissional que forme quadros intermédios.

O actual sistema de ensino não corresponde às necessidades dos alunos nem os prepara convenientemente para as actividades profissionais para as quais ficam habilitados. “Os alunos de engenharia civil saem dos cursos sem saberem o que é uma colher de pedreiro”, exemplifica Mário Júlio, professor do primeiro ciclo do ensino básico e actual vereador da CDU na Câmara do Cartaxo, convidado de mais uma edição das Conversas na Taberna, que se realizou na tarde de quarta-feira, 24 de Abril, na Quinta das Pratas, no Cartaxo.Mário Júlio considera que as pessoas saem dos seus cursos sem saberem muita coisa essencial e que deve haver uma maior aposta no ensino técnico-profissional, de vertente mais prática. O professor considera que os melhores profissionais são aqueles que começam “por baixo” e que vão aprendendo com a prática da profissão. “Em Portugal formamos grandes técnicos de capacidade muito elevada, em áreas como a medicina e tecnologia, mas faltam-nos uma série de técnicos intermédios. E sem eles é difícil o país desenvolver-se”, sublinha.Em relação ao ensino do primeiro ciclo, Mário Júlio refere que a preparação base podia ser melhor. Na sua opinião, as actividades artísticas e desportivas não têm a importância que deviam ter e que as crianças merecem. “As aulas de História e Geografia têm que ser repensadas porque são disciplinas que os alunos consideram uma ‘seca’. Também as línguas têm tido resultados baixos por isso deve repensar-se a forma de ensino”, explica.Mário Júlio tem 55 anos e vive no Cartaxo desde 1981. Nasceu em Luanda (Angola) onde viveu até aos 17 anos. Completou a maioridade já no Cartaxo. O pai, enfermeiro de profissão, encontrou emprego em Santarém e a família instalou-se na cidade vizinha. A família veio de África “com uma mão à frente e outra atrás” e o povo do Cartaxo acolheu-os muito bem. “Foram muito solidários, emprestaram-nos móveis para a casa e davam-nos hortaliças. Não tenho qualquer razão de queixa destas pessoas”, garante, confessando que se sente um verdadeiro cartaxeiro uma vez que foi nesta cidade que criou raízes e onde os filhos nasceram.Carreira de actor ficou pelo caminhoMário Júlio é um homem multifacetado. Viveu três anos no Porto onde tirou o curso do Magistério Primário. Ao mesmo tempo fez um curso profissional de teatro enquanto trabalhava para pagar o quarto onde vivia. Nessa altura, confessa, teve o ‘devaneio’ de ser actor profissional. Garante que foi por comodismo que não optou por essa carreira profissional. “Naquela altura ser professor era mais seguro enquanto a vida de um actor era muito incerta, por isso não insisti muito em seguir carreira nos palcos”, confessa acrescentando, no entanto, que o ‘bichinho’ da representação continua sempre consigo.Regressou ao Cartaxo onde esteve sempre ligado ao movimento associativo. Foi um dos fundadores do Grupo de Escoteiros 72, esteve ligado ao Grupo de Teatro Amador Combate (TAC) e à Associação de Jovens do Cartaxo. Considera que muitas colectividades se extinguiram porque contavam com muitos jovens que após ingressarem no ensino superior saíam do Cartaxo e dificilmente voltavam.No início dos anos 80 foi o coordenador da educação de adultos dos concelhos de Santarém, Cartaxo e Rio Maior, onde se desenvolveram acções de alfabetização. “Foram tempos muito recompensadores”, diz. Em 2004 foi convidado a integrar a lista política da CDU. Ainda resistiu ao convite mas o facto de poder servir “mais” e “melhor” o seu concelho levaram-no a aceitar. A semana passada apresentou a sua candidatura como cabeça de lista da CDU à Câmara do Cartaxo.
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