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Entrada de toiros da Chamusca este ano foi à chuva

Os jovens voltaram a ser os mais animados num momento que atrai a atenção de centenas de pessoas
A reconstituição anual da entrada dos toiros que eram lidados na tourada de Quinta-feira de Ascensão, na Chamusca, decorreu no dia 9 de Maio por volta da hora de almoço, à chuva. Como habitualmente foram os jovens os mais entusiasmados e participativos o que faz crer que a tradição, que integra o programa de festejos da Semana da Ascensão que terminaram no domingo, irá manter-se por muitos anos. Duarte Oliveira, 25 anos, com uma t-shirt alusiva à entrada de toiros é um exemplo do espírito que envolve o acontecimento. Apesar de na véspera ter tirado a tala de um dedo que tinha partido e ter sido aconselhado pelo médico a não se meter em aventuras, marcou presença, com os amigos, no troço da Estrada Nacional 118, que dentro da vila tem o nome de rua Direita de S. Pedro, e foi desafiar os animais que passaram a galope escoltados por campinos e secundados por cabrestos. “Não consigo resistir a isto. Fico arrepiado, começo a suar e a ficar nervoso quando a hora de os toiros passarem se aproxima. E não sou só eu. A malta vibra com isto”, confidenciou a O MIRANTE.Quinta-feira de Ascensão, feriado municipal na Chamusca, a Estrada Nacional é cortada ao trânsito durante algum tempo para a passagem dos toiros. Para assistir há centenas de pessoas ao longo do percurso entre a zona do Areal, na entrada sul, e a praça de toiros, na entrada norte da vila. É uma forma de lembrar os tempos em que os toiros que eram lidados à tarde chegavam da lezíria escoltados por campinos. Agora os animais que fazem o percurso não são os utilizados na tourada e chegam à Chamusca em transporte próprio.Sob uma moldura de pessoas com guarda-chuvas, algumas nas varandas e janelas e outras empoleiradas em reboques de tractores e caixas de carrinhas, os mais ágeis e atrevidos tentam tocar nos toiros à sua passagem e distraí-los, gritando e acenando com peças de vestuário e capas, para fazer algum ficar para trás, o que não aconteceu este ano.Há três anos, Rui Oliveira, 25 anos, que traz uma fita vermelha ao pescoço com a frase “Estou em Ascensão”, slogan publicitário da festa, apanhou um susto e andou a rebolar pela estrada à frente dos toiros mas a aventura não o desencorajou de continuar a participar. “Esta é a verdadeira festa ribatejana e a tradição tem que continuar”, afirma.À medida que o momento da passagem dos touros se aproxima, o frenesim aumenta. Uma emoção contagiante que leva todos a gritar “toiro! toiro!”, desde os mais novos, caso da Maria Leonor, 7 anos, que adora ver os toiros todos os anos, até Joaquim Raimundo, da Golegã, que nunca perde nem a entrada nem a corrida da tarde - cujo bilhete já estava religiosamente na carteira. “Tenho quase 70 anos, já não tenho palhetas para fugir à frente deles”, justifica-se pelo facto de estar num patamar mais elevado e de não se aventurar a ficar mais perto da estrada.As pessoas vão muito cedo para o local para conseguirem os melhores lugares e aguentam entre duas a três horas de espera para um vislumbre de segundos dos animais que passam em grande velocidade. Terminada a “Espectacular Entrada de Toiros”, as ruas continuam repletas de pessoas que conversam e trocam opiniões sobre o que se passou e acertam encontros para alguma das muitas iniciativas que decorreram até domingo.

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