Participar e comunicar
A participação pública nas grandes questões sociais, ambientais e económicas é, cada vez mais, um dever das sociedades modernas que ambicionam um modo de vida sustentável. Participar é um dever e não há desenvolvimento e qualidade de vida sem participação. Todavia, além de outras causas para justificar a demissão em Portugal, a palavra dever foi riscada do nosso quotidiano A responsabilidade e o dever da participação é um dos pilares de uma comunidade sadia e próspera. Neste contexto a participação e o acesso à informação andam de mãos dadas. Por isso um órgão de comunicação regional como o O MIRANTE tem um papel relevante na sustentabilidade da região. Esta é uma realidade que não pode ser ignorada, antes deve ser estimada, valorizada e reconhecida. Cada parte apenas tem de fazer o que deve e o O Mirante faz a sua parte e bem.Um modelo de desenvolvimento que se deseja integrador, transversal e participado, que o vale do Tejo tem de ambicionar, deve entender a comunicação e o acesso à informação como essencial. Neste âmbito, desde sempre, a comunicação social influenciou e conduziu a evolução da sociedade. É capaz de, a médio ou longo prazo, moldar valores, transformar opiniões, sensibilizar multidões, construir novas mentalidades. Quando bem direcionada consegue ser extremamente eficaz, produzindo efeitos verdadeiramente positivos à escala social, económica e cultural.Assim, todo o modelo de desenvolvimento deve investir em ações de comunicação e envolvimento, explicitamente com os públicos locais, atendendo a que: os públicos locais são veículo de divulgação externa da imagem da região, podendo assumir essa função pela negativa se não forem envolvidos; a coerência entre a comunicação interna e externa é necessária a uma comunicação eficaz; o “ecossistema regional” tem que saber motivar e envolver em primeiro lugar o público local, para o conseguir eficientemente ao nível externo.A comunicação e a participação são decerto, mais que direitos, deveres da comunidade, mas nunca existirá tal participação sem existir antes uma boa comunicação. No caminho do desenvolvimento sustentável, isto é, da boa e justa qualidade de vida para todos, a disponibilidade/acesso à informação é uma prioridade, sendo consequência direta de uma eficaz estruturação e planeamento da estratégia de comunicação a seguir. Neste processo os meios de comunicação social, em conjunto com os órgãos de poder local, desempenham um papel importantíssimo. Quase que apetece escrever: “um país é a atenção que os governos dão à comunicação e ao acesso à informação”.Uma região que tem O Mirante é privilegiada e tem que agradecer e retribuir. Chama-se a isto dever.Carlos A CupetoProfessor na Universidade de Évora, cupeto@uevora.pt
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