Teatro Sá da Bandeira sem dinheiro para espectáculos perde público nos últimos anos
Teatro Sá da Bandeira sem dinheiro para espectáculos perde público nos últimos anos
As 211 actividades realizadas durante o ano de 2012 no Teatro Sá da Bandeira, em Santarém, atraíram um público de 15.662 pessoas, o que representa um dos piores resultados desde 2004, quando a sala de espectáculos municipal reabriu ao público após ser alvo de uma profunda empreitada de recuperação. Esses números são no entanto superiores aos valores registados em 2011 (de 9.963 pessoas para as 178 acções realizadas), de longe os piores de sempre.A crise traduzida na falta de orçamento para programação é a explicação apontada pela administração da empresa municipal Viver Santarém para o decréscimo não só da quantidade de público e de espectáculos, bem como da qualidade destes últimos. Para se ter uma ideia, em 2009 foram 32.719 pessoas as que acorreram às 309 actividades desenvolvidas no TSB, o maior valor registado desde a sua segunda vida.No relatório de actividades da Viver Santarém referente a 2012, a administração da empresa põe o dedo na ferida de forma clara. “O ano de 2012 foi, desde a reabilitação do Teatro, em 2004, o primeiro ano em que houve uma total inexistência de orçamento para programação. Facto que originou a impossibilidade do Teatro apresentar uma programação própria, baseando toda a sua agenda no acolhimento de projectos exclusivamente à bilheteira e nas actividades promovidas por outros agentes culturais, sobretudo locais.”No mesmo documento refere-se que as duas programadoras, “perante a total inexistência de orçamento para programação, agravada pela impossibilidade de apresentação de espectáculos da Artemrede, que desde 2004 enriqueciam a programação do teatro, sentiram imensas dificuldades em manter uma actividade que atingisse os propósitos inicialmente estabelecidos de uma programação pautada pela qualidade, diversidade e regularidade”.Face ao cenário de crise, no início de 2012 começaram a ser delineadas novas formas de gestão da programação e de ocupação do TSB. Na agenda começaram a surgir eventos diferentes daqueles a que o público estava habituado e o aluguer das instalações a outras entidades ganhou ao longo do ano “maior expressividade”, por forma a garantir uma regular ocupação do espaço. “Apesar dos constrangimentos financeiros, em 2012 o Teatro continuou e reforçou o apoio às associações locais, permitindo-lhes realizar as suas actividades, prestando apoio ao nível técnico, logístico e organizacional; e continuou a apresentar alguns espectáculos para escolas”, exemplifica-se no relatório onde se sublinha que apesar de, relativamente a 2011, o número de actividades ter crescido, assim como as taxas de ocupação de público, “o cenário limitativo em que o trabalho cultural da equipa do teatro tem sido desenvolvido provocou, nos últimos dois anos, um maior afastamento do público, reflectido agora nas receitas de bilheteira”.
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