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Monira Osman

Psicóloga Forense, 36 anos, Santarém
Concorda com a abolição dos feriados no calendário?Não. Todos os feriados têm uma tradição e acabar com qualquer um deles é perder um pouco da identidade de um povo, da nação. Os feriados evocam momentos da história de Portugal e deveríamos saber preservar e exaltar esses momentos importantes. O Governo justifica a abolição de feriados com a falta de produtividade, o que é uma falsidade. Trabalhamos muito todos os dias e deveria ser dado mais valor ao trabalho de todos os portugueses.A crise levou-a a mudar de hábitos?Todos os meus hábitos pessoais bem como os da minha família foram revistos no sentido de os tornar menos dispendiosos e necessários. A crise é de facto muito real e todos fomos forçados a equacionar prioridades.O que se pode fazer para combater o vandalismo?A prevenção é a melhor forma de pensar esse tipo de problemas. É necessário educar as pessoas para o valor da propriedade histórica e privada. Essa abordagem deve ser feita desde cedo. Um jovem bem informado saberá que ao atacar a propriedade quer seja privada, municipal ou nacional, está a atacar a sua própria história, o seu próprio futuro. Depois será necessário a justiça ser mais eficaz e dissuasora.Tirar um curso superior ainda vale a pena?Vale sempre a pena, mas as políticas educativas devem ser tratadas como pactos de regime para que o rumo seja definido em favor das necessidades do país em cada momento e não a favor de lobbies estabelecidos. Os jovens devem ser informados sobre as reais necessidades dos cursos pelos quais se inscrevem e devem ser orientados a seguir sempre a via profissional, o que não invalida seguirem um percurso universitário no futuro.Nunca pensou ocupar um lugar político? Já equacionei essa via e tive até alguns convites nesse sentido. Hoje sabemos que nem tudo o que os criadores da democracia fizeram foi o melhor para Portugal. É necessário que os “netos” de Abril estejam hoje nos lugares de tomada de decisões para que o nosso país seja um país actual, competitivo, apetecível e com futuro.Já ponderou emigrar?Infelizmente somos forçados a reflectir sobre essa possibilidade quase todos os dias. Somos lembrados até pelos nossos políticos que esse caminho deve estar no nosso horizonte. A questão é que ninguém gosta de sair da sua terra. No entanto, as pessoas têm direito a procurar a sua felicidade. O futuro de Portugal depende de nós que estamos cá, vivendo, lidando com obstáculos e vicissitudes diariamente colocadas e transpondo-as com dignidade.Com o preço da gasolina já pensou em trocar o carro pela bicicleta?Troco o carro por uma caminhada, por uma bicicleta sempre que é possível, a título recreativo/desportivo. Esta é uma ideia utópica e bem intencionada mas a realidade das pessoas é outra. Somos forçados a ter que ir trabalhar onde o trabalho está e não onde nos é mais conveniente chegar até ao trabalho.Gosta de colocar o pé no acelerador?Normalmente não o faço até porque ando muitas vezes com crianças no carro e conheço as minhas limitações e as limitações dos automóveis. É necessário travar essa epidemia que é a forma como conduzimos máquinas que podem matar pelas estradas fora. Transformamos carros em armas de arremesso, temos muito a aprender com os relatórios e estatísticas sobre os dados da condução em Portugal. Mais uma vez a prevenção é o melhor caminho.

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