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Retumbante Manuel Serra d’Aire

Estava a vistosa doutora Sónia Sanfona comodamente instalada no Governo Civil de Santarém quando, zás!, o Governo decidiu acabar com os ditos e, consequentemente, mandar para o desemprego os governadores civis, adjuntos, chefes de gabinete e outro pessoal que lá dava serventia.Uma pesporrência governamental que ninguém conseguirá entender, dado que os governos civis tinham aquela inocência das coisas inócuas que não adiantavam nem atrasavam no que ao défice público diz respeito (basta ver que o mesmo não cessou de aumentar). Felizmente para a doutora Sónia, o desemprego de altas funções não a abraçou durante muito tempo. E assim chegou a directora da associação Promoção da Segurança dos Activos Técnicos, criada pela EDP, REN, REFER, EPAL, PT e EDP renováveis. Uma entidade com nome pomposo que pretende combater a praga que é o furto de cobre e de outros metais usados nas infra-estruturas e equipamentos dessas empresas. Acontece que, ao contrário do Governo Civil, onde dificilmente a simpática advogada de Alpiarça falharia na sua missão - já que a mesma consistia em tarefas com grau de exigência primário como passar revista a paradas de bombeiros, atribuir uns subsídios a colectividades e ir a recepções, aniversários de associações e cerimónias congéneres -, no novo cargo a missão é bastante mais espinhosa. Apesar da remuneração, ao que dizem, ser a condizer com o desafio.Porque uma coisa é lidar com dirigentes de colectividades e de paróquias ou ir ao beija-mão a ministros, outra é enfrentar os facínoras que deixam a malta sem Internet e sem telefone dias a fio, por causa dos roubos do dito para lhe extraírem o cobre. E, nesse capítulo, a polícia do cobre tem falhado em toda a linha. Basta estar atento às notícias. Tudo porque a ladroagem, pelos vistos, não tem respeito à doutora Sónia, talvez por ser senhora, não sei. Temo que pelo andar da carruagem tenhamos mais uma pessoa no desemprego dentro de pouco tempo e o melhor mesmo é esse conglomerado de empresas contratar o Robocop para se ocupar do assunto (isto se, entretanto, a gatunagem não lhe gamar a carcaça metálica para vender a sucateiros).As eleições autárquicas aproximam-se e este Verão ameaçam fazer concorrência ao mercado de transferências de futebolistas nas páginas dos jornais, tantas são as mudanças de camisola que por aí se vão anunciando e prenunciando. Acho que o exemplo do futebol devia ser aplicado na política. Se um candidato foi formado no partido A e depois de alguns anos decide passar para o partido B, quem gastou tempo com ele a ensiná-lo a colar cartazes, a debitar meia dúzia de frases com sentido e a lamber as botas aos chefes deve ser recompensado por essa nobre missão. O que me dizes disso?Apreciei a tua aquática prosa da passada semana, mas esse é um terreno, salvo seja, onde não me sinto muito à vontade. A água para mim é toda igual desde que não tenha cor, sabor ou odor. É por isso que não a troco por uma boa “pomada”, ou mesmo por umas imperiais nos dias de estio que se aproximam. Despeço-me com um brinde à tua saúde do Serafim das Neves

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