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Constância voltou a ser lugar de abrigo da música portuguesa

Constância voltou a ser lugar de abrigo da música portuguesa

Pedro Barroso e convidados em mais um encontro do cantar diferente
Ouvir o compositor e pianista António Pinho Vergas tocar ao vivo, músicas da sua fase de Jazz, é muito raro. Ouvi-lo tocá-las à chuva, é praticamente impossível. Mas foi isso mesmo que aconteceu em Constância, na noite de dia 9, já com um pé na madrugada de dia 10, Dia de Portugal e da boa música portuguesa, que todos os anos acontece nos “Encontros do Cantar Diferente”, no anfiteatro dos rios, situado junto à confluência do Zêzere com o Tejo. Cerca de meio milhar de pessoas testemunharam mais um momento único e a chuva “molha tolos” que apenas caiu na parte final durante um dos três temas de António Pinho Vargas, não fez mossa.Um outro convidado de Pedro Barroso, o cantor e contrabaixista Miguel Calhaz, que no ano passado lançou o CD “Estas Palavras” , tem raízes na terra e por isso e pela qualidade e actualidade das suas canções, foi um dos mais aplaudidos da noite. A sua actuação mereceu também elogios do anfitrião dos encontros. “Revejo-me nesta força do Miguel Calhaz. Eu também era assim quando comecei. Esta mensagem de inconformismo é necessária”, afirmou o cantor de Riachos que, ao longo da noite foi ponteando o encontro com muitas histórias. “Eu quando tinha a idade do Miguel fui ao programa de televisão Zip-Zip. Uma das canções que ia cantar era contra a guerra. O tempo era de falta de liberdade e de censura. Minutos antes daquilo começar o Fialho Gouveia (um dos apresentadores) apareceu aos gritos: ‘estes gajos escrevem estas merdas....”. Deu-me cinco minutos para mudar a letra e assim foi. Uma canção contra a guerra ficou uma canção de merda”. Sem censura, Miguel Calhaz pode cantar: “Novos oportunistas tal como parasitas / “doutores” e “engenheiros” da maquinação / pavões, galos de crista a querer dar nas vistas / a defender a obra de destruição”. A abrir a noite esteve em palco, Pedro Mestre, considerado o principal responsável pela recuperação da viola campaniça, um instrumento popular alentejano que chegou a ser dado como extinto. Vindo de Castro Verde, concelho de Beja, o cantor e músico actuou com outros dois companheiros mostrando um lado menos conhecido da música daquela zona do país.
Constância voltou a ser lugar de abrigo da música portuguesa

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