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Contas do Vilafranquense agravam-se e sócios aprovam a constituição de uma SAD

Empresa holandesa vai ficar com 90 por cento do capital referente ao departamento de futebol

Empresa holandesa compra 90 por cento do capital do futebol da UDV e garante que vai para Vila Franca para ganhar dinheiro. O clube diz que a constituição de uma SAD é a única maneira de manter uma equipa sénior a competir, porque a secção de futebol é a mais onerosa da associação.

Os sócios da União Desportiva Vilafranquense (UDV) aprovaram na última semana em assembleia-geral, com uma abstenção, a criação de uma Sociedade Anónima Desportiva (SAD) que irá gerir os destinos do departamento de futebol do clube, o mais oneroso em termos financeiros, num ano marcado por um agravamento das contas do clube.Até ao final do ano o futebol da UDV será gerido por uma SAD onde o clube é dono de 10 por cento do capital e os restantes 90 por cento serão da empresa holandesa Eurofoot, que realiza gestão de carreiras de jogadores e promove eventos desportivos. Ao abrigo da lei o clube mantém o direito de revogar as decisões que ponham em causa a mudança de nome, bandeira ou outros símbolos do clube. Em caso de dissolução da SAD haverá sempre a salvaguarda das instalações, garantiu Francisco Beirolas, presidente da comissão administrativa. “Tivemos um ano difícil no futebol, o orçamento traçado não foi cumprido e houve um défice de 10 mil euros. Para continuar a ter equipa sénior é necessário fazer um investimento no futebol, que nós não conseguimos fazer. A SAD é a única hipótese”, justificou Luís Dinis, membro da comissão administrativa que gere o clube. Na assembleia-geral estiveram presentes duas dezenas de sócios. No último ano a UDV teve em média 400 espectadores por jogo no campo do Cevadeiro. O objectivo do clube é não passar qualquer activo para a SAD mas antes deixar a empresa investidora com a responsabilidade de gerir as despesas. A firma Eurofoot iniciou actividade em 2002, tem escritórios na Holanda, Torres Vedras e Vila Franca de Xira. “Vamos ser muito claros: o nosso objectivo é ganhar dinheiro. Estamos a investir para obtermos um proveito. Queremos potenciar jogadores e obter resultados desportivos que permitam levar a equipa sénior mais acima no campeonato”, explicou aos sócios Rudolfo Frutuoso, responsável da empresa. O objectivo é dentro de cinco anos ter a equipa a jogar na Segunda Liga. O escalão de formação - onde estão cerca de 60 jovens - também passa para a alçada da SAD. O campo sintético, que foi cedido à UDV pela Câmara Municipal de Vila Franca, vai servir para a SAD fazer negócio. “Pode haver um ligeiro aumento nas mensalidades pagas nos escalões de formação, talvez de cinco euros por miúdo, mas também vamos aumentar a qualidade do treino. Já falámos com a câmara e estamos esperançados que esta possa ajudar na requalificação de alguns espaços”, explicou o empresário. A Eurofoot é liderada pelo agente FIFA Paulo Lima e administrada por Rudolfo Frutuoso e Pedro Torrão, antigo jogador profissional do Sporting. Contas agravam-se no último anoNo exercício do último ano a UDV sofreu um prejuízo de 155 mil euros, resultado do decréscimo dos proveitos operacionais, sobretudo diminuição de receitas com a quotização dos sócios e subsídios ao financiamento. No ano anterior esse valor situou-se nos 108 mil euros. O passivo do clube continua a rondar os dois milhões de euros. “Continuamos em falência técnica, apesar dos nossos esforços para conter despesa. Não era este o resultado que queríamos”, lamentou Francisco Beirolas. A comissão administrativa diz que continua a ser “imprescindível” conseguir encontrar a curto prazo um investidor para o projecto das bombas de gasolina. Os objectivos para o próximo ano traçados pela comissão administrativa são prosseguir o saneamento financeiro da associação e reforçar a actividade desportiva da UDV com novas modalidades que permitam uma maior aproximação ao rio Tejo e um incremento nas taxas de ocupação dos ginásios. As contas do clube e o plano de actividades foram aprovadas com uma abstenção.

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