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José Carlinhos

José Carlinhos

Empresário, 57 anos, Rossio ao Sul do Tejo (Abrantes)
É fácil trabalhar no ramo da restauração?É preciso muita dedicação e não olhar a horas de saída. Antigamente era um negócio rentável mas ressentiu-se muito com a crise, apesar de ter mantido os preços. Na altura das festas do concelho isto costumava encher, o que agora não acontece. Sou de Penacova, distrito de Coimbra, mas trabalho em Abrantes há 46 anos. Algumas vezes pensei em ir embora mas fui ficando e, há cerca de 22 anos, assumi a gerência do restaurante. Aparece-lhe muita gente à porta a pedir trabalho?Sim, com bastante frequência. Há dez anos recordo-me que ninguém queria trabalhar em hotelaria mas, hoje em dia, aparecem a pedir emprego e não é apenas para carimbar o papel do centro de emprego. Nota-se que as pessoas precisavam de um trabalho, de um ganha-pão.Vai votar nas autárquicas de 29 de Setembro?Para mim qualquer data serve para ir exercer o meu direito de voto. Costumo ir votar sempre e penso que é uma boa altura para fazer o diagnóstico ao trabalho dos nossos autarcas. Não sou dos que falam e ficam em casa. Concorda com a coadopção por casais do mesmo sexo?É uma questão polémica e que me deixa a pensar bastante. Por um lado, as crianças podem ficar confusas ao serem criadas por pessoas do mesmo sexo mas, por outro lado, podem receber amor, educação e carinho que talvez não viessem a receber de um casal heterossexual. Acho que é preferível serem coadoptadas a ficarem num orfanato.Já alguma vez assistiu a um julgamento?Nunca acompanhei um julgamento do início ao fim e, felizmente, nunca estive sentado no banco dos réus. Já fui testemunhar a pedido de pessoas. Penso que estas reformas do mapa judiciário resultam em ajustamentos que podem melhorar o funcionamento da justiça.A agregação de freguesias vai ajudar o Estado a poupar?Acho que não. Se fecham duas ou três freguesias e tiverem que colocar mais funcionários naquela que vão abrir não poupam nas despesas, pelo contrário. Houve precipitação neste processo, para além dos receios que provoca nos próprios habitantes das freguesias que vão ser extintas. Costuma ligar para as chamadas de valor acrescentado em programas de televisão?Tenho sempre a televisão ligada no restaurante e noto que os apelos dos apresentadores para ligar são constantes mas nunca caí nessa tentação. Não é por causa dos 70 cêntimos que gasto mas nunca calhou ligar. Por outro lado, já liguei para esses números de valor acrescentado numa situação de solidariedade em que se pedia para ajudar alguém.No Verão foge das enchentes das praias?Sim. Não tenho nada contra a praia ou quem as frequenta, mas tenho a pele muito sensível e, por isso, não devo apanhar muito sol. Nem sequer vou para o rio ou piscina. Prefiro, se tiver possibilidade, andar a passear e a conhecer outras paragens no país.Concorda com a greve dos professores?Não concordo que as crianças sejam prejudicadas mas entendo que os professores ao escolherem precisamente a data dos exames para fazer greve é um modo mais eficaz de conseguirem os seus intentos. Tem outra repercussão. Já aderiu à moda dos iphones ou tablets?Não. Tenho apenas um telemóvel que faz e recebe chamadas e que serve de número particular e empresarial e chega-me (risos). Mas o restaurante “Vera Cruz” tem página no facebook que é gerida pela minha filha, que domina mais essa área. Temos mesmo que viver um dia de cada vez?Sim, nos tempos que correm tem que ser mesmo assim. Sou uma pessoa muito positiva e acredito que a situação vai melhorar. Lembro-me que, após o 25 de Abril, houve outra crise idêntica e que felizmente conseguimos ultrapassar. Se calhar ainda vamos a meio do túnel e não vemos a luz no final mas não podemos desanimar nem atirar a toalha ao chão.
José Carlinhos

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