Ao fim de dois anos e meio de mandato, onde nunca foram apresentadas contas, a comissão administrativa apresentou um relatório tão resumido que não dava para os sócios verem com responsabilidade de onde é que vieram as verbas que foram gastas e feitas as despesas que ali estavam apontadas.Os sócios presentes sabiam que a comissão administrativa tinha recebido há poucos dias 10 mil euros de apoio de duas empresas do concelho, esse dinheiro apareceu e desapareceu num ápice. Não havia qualquer explicação para a saída desse dinheiro. À pergunta de um sócio sobre o que tinha acontecido a essa verba, o presidente da comissão, António Timóteo, explicou que tinha servido para fazer pagamentos que estavam em atraso nos últimos dois anos. O presidente do clube já antes tinha dado uma explicação clara sobre a evolução do clube nos anos em que a comissão esteve à sua frente. “Quando iniciámos as nossas funções à frente do clube encontrámos em actividade duas equipas de futebol, uma de juvenis e outra de infantis, num total de 34 atletas. Fizemos uma reestruturação completa da situação e hoje temos em competição no futebol nove equipas, sete de formação, uma de veteranos e uma de seniores, que até subiu ao escalão mais alto do futebol do distrito de Santarém. Movimentamos 146 atletas, com idades compreendidas entre os 5 e os 56 anos, com 20 técnicos, 9 delegados, um fisioterapeuta e 10 pessoas auxiliares”, disse.“Tudo isto e apesar do apoio dos pais e ninguém receber nada do clube, custa muito dinheiro, são deslocações, pagamento a árbitros e GNR, há sempre muita coisa a pagar, pagámos mais de 23 mil euros. A meio da época passada, ficámos sem dinheiro, tivemos que fazer um empréstimo, para não ter que acabar com a equipa sénior. Não temos efectivamente uma contabilidade de mercearia, temos uma contabilidade devidamente organizada, auditada por um técnico oficial de contas, como é obrigatório pela nossa condição de clube de Utilidade Pública, e as contas foram devidamente entregues e consideradas correctas pelas finanças”, disse António Timóteo.Por outro lado o interior da sede estava bastante degradado. “Fizemos as obras possíveis e abrimos o bar e criámos condições para o funcionamento da escola de música, e no salão existe um espaço desportivo, onde 30 pessoas fazem ginástica e 14 praticam taekwondo. Por falta de capacidade financeira temos vindo a adiar a criação de uma secção de futsal. Tudo isto foi feito com muito sacrifício, não conseguimos realizar todas as obras na sede que pretendíamos. Aceitamos as críticas de que, de algum modo, não demos o apoio às camadas jovens que elas mereciam. Mas também digo que elas estiveram sempre bem entregues a pessoas que se voluntariaram para as acompanhar e a quem estamos agradecidos” disse António Timóteo.As explicações do presidente da comissão administrativas não chegaram para convencer os sócios em absoluto, e quando da colocação de contas a aprovação, as dúvidas foram bem notórias. Só seis sócios votaram a favor, um votou contra e 26 abstiveram-se.Finalmente uma direcção para a UniãoAo fim de quase uma década a ser governada por comissões directivas com meia dúzia de pessoas, os sócios da União Desportiva de Chamusca elegeram novos corpos gerentes, com cerca de duas dezenas de pessoas dispostas a trabalhar para engrandecer o clube.No programa, apresentado durante a assembleia, o presidente eleito, Fernando Santos, referiu isso mesmo. “O que nos levou a candidatar-nos foi essencialmente com a intenção de renovar os quadros directivos existentes. Achamos que a União não deve estar continuamente a ser gerida por comissões administrativas”, disse o agora presidente.O dirigente quer continuar a contar com o apoio da Câmara Municipal da Chamusca e das freguesias do concelho, quer ainda trabalhar em colaboração com o Gabinete de Desporto da autarquia. “E sobretudo queremos ver novamente os chamusquenses a frequentarem o campo municipal, apoiando as nossas diversas equipas”, disse.O programa é ambicioso e não será fácil de implementar, mas os novos dirigentes estão dispostos a trabalhar para isso. Promover o saneamento financeiro e equilíbrio orçamental. Criar um gabinete de marketing e publicidade, colaborar efectivamente com o sector do futebol de formação, manter a equipa sénior de futebol dentro das limitações do clube, apoiar as iniciativas desenvolvidas na sede, e levar a efeito diversas actividades para angariação de fundos que possam fazer face às despesas. “Queremos ainda levar a efeito uma campanha para voltar a trazer os sócios antigos para a colectividade e angariar novos sócios. Queremos chegar aos mil sócios”, disse a terminar Fernando Santos.Fernando Santos é o novo presidente da UniãoA lista concorrente às eleições para os órgãos sociais do União Desportiva de Chamusca para o biénio de 2013 a 2015, composta por dezanove elementos, foi eleita por unanimidade e aclamação e é constituída da seguinte forma: Assembleia - geral, presidente, Manuel Jorge Mira, vice-presidente, Jorge Queimado, secretário, João José Bento. Conselho fiscal, presidente, Augusto Batista, secretário, José Pedro Henriques, relator, Vítor Mira Nalha.Direcção, presidente, Fernando Silva Santos, vice-presidentes administrativos, Leonel Duarte e João Lino Brás. Vice-presidente de equipamentos, Eurico Peixinho Mira. Director de equipamento, António Manuel Teodósio. Director de publicidade e marketing, António José Farinha. Directores desportivos de seniores, José Manuel Alcoba, Filipe Santos, Tiago Silva e António Alves. Directores desportivos de futebol juvenil/formação, Saydi Machado, Francisco Redol e José Luís Sequeira.