Numa urbanização onde vivem milhares de pessoas apenas três participaram na consulta pública do projecto de alteração do loteamento da Malva Rosa em Alverca. A Câmara de Vila Franca de Xira acabou por aprovar o processo que permite construir 50 fogos num terreno onde vai ser também possível fazer um hotel ou um lar de idosos em vez da prevista unidade de saúde. Os três moradores manifestaram-se contra a alteração do loteamento mas os argumentos não foram suficientes para demover a autarquia. Os vereadores do PS e da Coligação Novo Rumo, liderada pelo PSD, votaram a favor, com o protesto da CDU que votou contra considerando que a alteração apenas serve os interesses do promotor imobiliário. O projecto da unidade de saúde acabou por ser abandonado por falta de interessados em investir no local. Para evitar que o terreno continue desocupado o município decidiu alterar o loteamento. Além da divisão em vários lotes para construção de habitações e de uma área para equipamentos colectivos, no qual se inclui a possibilidade de fazer um hotel, fica reservado também um espaço para 179 lugares de estacionamento. “É a oportunidade para requalificar uma zona que está degradada há demasiado tempo e acreditamos que é a melhor solução”, notou o vice-presidente do município e vereador do urbanismo, Alberto Mesquita.A zona em causa, à beira da Estrada Nacional 10, tem sido usada ilegalmente como stand de venda de automóveis. Recorde-se que quando os primeiros apartamentos começaram a ser vendidos, em 2006, a Malva Rosa era promovida como urbanização de luxo para habitar, com a promessa de instalação no local de escolas, creches, bancos, comércio, um instituto superior, um hotel e uma unidade de saúde. Os arranjos exteriores da urbanização, uma responsabilidade da firma promotora, a Obriverca, continuam por concluir e têm merecido fortes queixas dos moradores. A Malva Rosa nasceu no local onde antigamente se encontravam as instalações da Mague e é uma das maiores urbanizações do concelho de Vila Franca de Xira.