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De luto e com a estrela de David ao peito

De luto e com a estrela de David ao peito

Vestida de luto e com a Estrela de David ao peito, Teresa Vasco, que zela pela Sinagoga de Tomar há quase trinta anos, aguarda com grande expectativa a chegada um grupo muito especial: cerca de 30 sobreviventes do holocausto e seus descendentes, salvos por Aristides de Sousa Mendes no auge da perseguição aos judeus, durante a Segunda Guerra Mundial. A recepção na sexta-feira, 21 de Junho, estava marcada para as onze horas mas o relógio marca quase meio-dia quando, finalmente, chegam à mais antiga Sinagoga do país e ficam a saber que é a única que permanece intacta do período anterior à expulsão dos judeus em finais século XV. O grupo transporta uma significativa carga histórica e mais do que as palavras contam as expressões, os olhares ou os afagos cúmplices na hora em que os nomes de quem foi salvo pelo antigo cônsul de Portugal em Bordéus são lidos em voz alta no templo. Teresa Vasco observa de longe, mantendo a discrição que a caracteriza. E no momento em que lhe agradecem o que tem feito pela conservação deste espaço, sabe que o falecido marido, Luís Vasco, iria ficar orgulhoso por ter sido anfitriã de tão distintos visitantes. Elsa Ribeiro Gonçalves
De luto e com a estrela de David ao peito

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