Grupo de Cavaquinhos da ARPIA de Alverca tem sido um sucesso
Elementos da associação de Reformados, Pensionistas e Idosos fazem três dezenas de actuações por ano
Se houve passo bem dado na Associação de Reformados, Pensionistas e Idosos de Alverca (ARPIA) esse foi a criação de um Grupo de Cavaquinhos há meia dúzia de anos. O grupo de 19 elementos é dos que mais nome dá à associação nas festas e organizações por onde passa. Em média são três dezenas de actuações anuais que faz o grupo de homens e mulheres com mais de 55 anos de idade mas com mentes jovens. Armando Mota, tocador de cavaquinho e cantador, é o maestro do grupo. Diz que para se saber tocar cavaquinho é preciso ter a noção do que é uma pauta de música e as notas musicais. “As pessoas do grupo têm mais de 55 anos. Têm de começar por aprender os acordes para depois conseguirem formar tons. Hoje temos nove cavaquinhos e um reportório de 32 canções da música popular portuguesa”, refere Armando Mota. No grupo há ainda dois acordeões, uma viola, um bandolim, um bombo, ferrinhos, reco-reco, pandeireta e seis cantadores. António Pedro, acordeonista, não se considera a destoar num grupo de cavaquinhos. Apaixonado desde miúdo pelo instrumento, só em 1998 o começou a levar a sério e já passou por três colectividades do concelho. “A música do acordeão é a que mais me cativa. Não quero experimentar tocar o cavaquinho para não entorpecer a habilidade no acordeão”, garante. A presidente da ARPIA, Maria Eduarda Castanheira, também sabe tocar. Já tinha tocado viola o que ajudou na aprendizagem. O resto resulta de trabalho e persuasão. “O grupo foi criado ao fim de dois anos a sensibilizar as pessoas, imaginando que seria uma mais-valia para a associação. Começámos do zero e os cavaquinhos são hoje um grande emblema da ARPIA”, sublinha. Maria Lídia Ferreira trocou a música clássica e polifónica do Ateneu, num grupo de Alverca e do Coro Notas Soltas ao longo de 20 anos pela música popular portuguesa, da qual também faz pesquisas. Canta e toca a pandeireta no grupo de cavaquinhos mas confessa que o som do instrumento é muito estridente para os seus ouvidos, razão pela qual não o quis aprender a tocar.Os instrumentos pertencem a cada um dos músicos. O maestro Armando Mota começou a tocar com um cavaquinho de 45 euros que já deu lugar a outro de 250 euros. “A madeira de qualidade é que determina a qualidade do som”, explica. A primeira actuação do grupo aconteceu há alguns anos numa Festa da Flor, na Quinta da Piedade, e desde então não tem parado, excepto em Julho e Agosto quando o grupo está de férias.Tocar até gastar o reportórioAs deslocações do Grupo de Cavaquinhos da ARPIA têm acontecido mais pelo concelho de Vila Franca de Xira, como a protagonizada domingo nas Festas da Cidade e de São Pedro, em Alverca. Mas também já saíram para outras zonas do país que se tornaram memoráveis. Tocaram em Santa Margarida, Constância, para uma salão esgotado e, no castelo da Amieira, Nisa, acabaram a actuação perante uma multidão. Mas a melhor de todas as lembranças foi em Montemor-o-Novo. “Actuámos a seguir ao almoço e à noite. Por vontade das pessoas ainda hoje lá estávamos. Tocámos o reportório todo do grupo, já não havia mais nada”, recorda com um sorriso o maestro Armando Mota.
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