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Num grupo coral aprende-se a escutar o próximo e a respeitar a sua voz

Num grupo coral aprende-se a escutar o próximo e a respeitar a sua voz

Notas Soltas de Vila Franca de Xira tem hoje 24 pessoas e quer continuar a crescer

O grupo coral Notas Soltas de Vila Franca de Xira está em crescimento e já tem no currículo várias actuações no estrangeiro. Anda à procura de novas vozes e a tentar vencer a falta de apoios e de um espaço próprio onde os elementos possam ensaiar.

Um grupo coral é uma escola de vida onde se aprende a ouvir o próximo e a respeitar a voz dos outros. A opinião é de Fátima Rocha Santos, 57 anos, presidente do grupo Notas Soltas de Vila Franca de Xira. O coro tem 24 cantores, com idades entre os 20 e os 80 anos e está numa fase de crescimento e à procura de novos talentos. Entre o grupo há gente de todas as áreas profissionais e gostos musicais. “Estar num coro é estar numa das escolas mais ricas que se pode ter na vida. É que num coro somos obrigados a escutar o outro e a baixar o nosso tom de voz. Ensina respeito. Isso é muito importante na sociedade de hoje”, conta a O MIRANTE Fátima Rocha Santos. A amizade, camaradagem e espírito de grupo são outras coisas que se cultivam. O “Notas Soltas” foi fundado em 1990 por elementos que saíram do coro do Ateneu Artístico Vilafranquense e desde então tem estado sempre a crescer. Há três anos, sob a direcção da maestrina Ana Paula Mendes, o grupo mudou o seu estilo musical e abandonou os temas populares. Actualmente apresentam peças de Fernando Lopes Graça e clássicos do século XVI e XVII. “Aprender a gostar de ouvir um coro é uma questão cultural e deveria ser uma aposta dos nossos dirigentes. Vivemos numa região que precisa de começar a saborear cultura. Não cantamos apenas para nos alegrar a alma ou para nos divertirmos, é também por um aspecto cultural”, refere a responsável.Por norma os cantores demoram quatro a cinco semanas para aprender uma peça, dependendo da dificuldade. Ana Paula Mendes desloca-se uma vez por semana a Vila Franca para os ensaios. “São pessoas que fazem isto por gosto, depois do trabalho, e isso tem um enorme valor”, conta. Não fumar, beber bebidas alcoólicas, manter uma postura correcta, não gritar e beber água com frequência são alguns cuidados que toda a gente deve ter com a voz. “Mas há gente que fuma e canta, isso não é impeditivo”, garante.O coro já realizou várias actuações no estrangeiro, sempre pagas por cada cantor, sendo um concerto em Veneza aquele que mais marcou o grupo. A falta de apoios estrangula o sonho de crescerem fora de Vila Franca. “Não somos subsídio-dependentes, os mil euros que recebemos da câmara não dão para muita coisa”, lamenta Fátima Santos. O grupo foi convidado para ir actuar no final do Verão em Praga, na República Checa, num encontro de coros que é considerado um dos mais importantes da Europa. “Infelizmente a angariação de fundos não está a correr bem, as respostas são negativas e não temos recebido respostas das empresas”, lamenta a dirigente. Pagam para ensaiar no auditório da juntaA falta de uma sede própria é um dos maiores problemas do grupo vila-franquense. Actualmente ensaiam gratuitamente uma vez por semana (domingo) no auditório da Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira, mas sempre que precisam de ensaiar fora desse dia são obrigados a pagar 25 euros. “Até há cerca de um mês isso não acontecia. Somos um grupo que existe há 23 anos e precisávamos mesmo de um espaço que pudéssemos chamar nosso”, lamenta Fátima Santos.
Num grupo coral aprende-se a escutar o próximo e a respeitar a sua voz

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