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Teatro do grémio está bem vivo e aposta na dramaturgia de autores da terra

Teatro do grémio está bem vivo e aposta na dramaturgia de autores da terra

Grupo da Póvoa de Santa Iria apresentou peça de Fernando Augusto
O teatro amador está bem vivo no concelho de Vila Franca de Xira. A secção de teatro do Grémio Dramático Povoense, da Póvoa de Santa Iria, é apenas um dos exemplos onde a carolice e a paixão pela representação se sobrepõem a todas as dificuldades. Se o grupo já chegou a gastar cinco mil euros para montar um espectáculo, agora o que gasta num ano não chega sequer a esse valor. “O Solário”, de Fernando Augusto, esteve em cena na tarde de domingo, 30 de Julho, na Quinta de Subserra, em São João dos Montes.Foram poucos os espectadores que se deslocaram numa tarde quente de domingo à Quinta da Subserra. Um grupo de jovens que está institucionalizado num centro de acolhimento temporário do concelho acabou por compor o público presente. A quinta localizada num alto de um monte também não ajuda e a população que mora perto é diminuta. Mas isso pouco importou para os quatro jovens na casa dos 20 anos que trocaram uma ida à praia para interpretarem personagens internadas numa casa de saúde. A peça decorre nos anos 70 e a cena apresenta uma parte autobiográfica do próprio Fernando Augusto, autor da Póvoa de Santa Iria, já falecido, que recorda o momento que passou pela Guerra do Ultramar e teve uma filha de uma africana. O final trágico de um paraplégico que se enforcou emocionou o público.Por ano, o grupo de teatro do Grémio realiza perto de 30 representações. Da Câmara de Vila Franca de Xira recebe um apoio de cerca de dois mil euros e com as peças de teatro que estreiam no Natal para as escolas conseguem angariar a mesma quantia. Longe vão os tempos em que podiam gastar cinco mil euros só na encenação de uma revista. “A Póvoa velha era mais coesa e esgotávamos consecutivamente as salas com vários espectáculos da mesma peça”, recorda José Canha, um dos mais velhos do grupo. Hoje já não se arrastam multidões, mas nem por isso o grupo deixa de trabalhar com a mesma paixão e de apostar na dramaturgia escrita por autores locais. “Os nossos autores morrem porque não são vendidos e as pessoas não conhecem. O Fernando Augusto tem uma obra impar e nós fazemos questão de o representar”, revela José Canha, que lamenta que os grupos continuem a ir buscar autores estrangeiros. O mercado municipal da Póvoa de Santa Iria que está a sofrer obras de adaptação para se transformar num espaço cultural vai ser entregue ao Grémio Dramático Povoense e será baptizado com o nome de Fórum Fernando Augusto.
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