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O milagre do associativismo no Grupo Desportivo e Recreativo da Sabacheira

O milagre do associativismo no Grupo Desportivo e Recreativo da Sabacheira

Agora o sonho é a colocação de um sintético no campo de futebol e dinamizar um projecto de apoio domiciliário à população sénior

O Grupo Desportivo e Recreativo da Sabacheira (GDRS) nasceu, em Novembro de 1979, pelas mãos de um grupo de jovens, hoje já homens e mulheres de meia idade, para que fosse possível criar condições para a prática desportiva da população da freguesia. Hoje é um grande pólo desportivo e social do concelho de Tomar.

O associativismo no Grupo Desportivo e Recreativo da Sabacheira tem sido ao longo das mais de três décadas de vida, um autêntico milagre. A freguesia da Sabacheira fica entalada nos confins de três concelhos, Tomar, Torres Novas e Ourém, é formada por uma série de pequenos aglomerados populacionais algo dispersos entre si. Foi num desses pequenos lugares, Serras da Sabacheira que o grupo de jovens se juntou e formou o clube.Inicialmente o papel predominante foi dado ao desporto e sobretudo ao futebol. “Os jovens de então meteram mãos à obra e com a ajuda da Escola Prática de Engenharia, que cedeu pessoal e máquinas, construíram um campo de futebol de 11, onde passaram a juntar-se pessoas de todos os lugares da freguesia para jogar futebol e disputar o campeonato do Inatel”, explica o presidente do clube Rui Subtil.Sendo a primeira associação a ser criada na freguesia o GDRS rapidamente se tornou o pólo de atracção e de unidade de toda a freguesia e de lugares vizinhos dos concelhos em redor. Entusiasmados com a força com que as coisas estavam a andar, os jovens não se ficaram só pela construção do campo de futebol, foram construindo toda uma série de infra-estruturas de apoio, que hoje são motivo de orgulho para os dirigentes que vieram a seguir e prosseguiram a sua obra.Para além do desporto, os dirigentes do GDRS avançaram também para a área social, e nas infra-estruturas que foram construindo cederam um espaço onde funcionou durante cerca de 10 anos o posto médico da freguesia. De 1991 a 2004 funcionou também no local uma farmácia. “Tivemos sempre atentos aos problemas sociais da freguesia. As pessoas acreditaram e acreditam em nós e vamos continuar a lutar pelo bem estar de todos os jovens e menos jovens da freguesia”, disse Rui Subtil.O clube dá também um importantíssimo contributo para a educação na freguesia desde os primeiros anos de existência que o GDRS, cedeu um espaço para o funcionamento do jardim de infância em edifício construído para o efeito e que se mantêm até hoje. No mesmo âmbito, cedeu um terreno para funcionamento da Escola do 1º Ciclo em edifício pré-fabricado montado pela Câmara de Tomar.Em 1998 foram cedidas à Associação de Pais e Encarregados de Educação dos Alunos do Jardim Infância e Escola do 1ª Ciclo do Ensino Básico das Serras das Sabacheira, instalações para o funcionamento de uma cozinha e refeitório para o apoio da Escola do 1º Ciclo e do Jardim de Infância.Em 2001, o Grupo com a ajuda da Associação de Pais e por solicitação desta, procede à construção de uma sala onde viria a ser instalado o ATL. Neste mesmo ano, procedeu à compra de um terreno anexo, que cedeu posteriormente à Câmara Municipal de Tomar para a construção do futuro Centro Escolar, “que infelizmente ainda espera por melhores dias”.Em 2004, em protocolo celebrado com a Câmara Municipal de Tomar, a Escola do 1º Ciclo passa a funcionar provisoriamente nas Instalações do ATL que tinham sido mudadas para as antigas instalações do Posto Médico depois de obras de transformação.Ao mesmo tempo que têm decorrido todas estas obras e as instalações têm crescido de uma forma muito grande e sustentada, as direcções de que Rui Subtil é presidente há mais de dez anos, não descura a área desportiva, e neste momento mais de duas centenas de pessoas praticam desporto e exercício físico no clube. “Temos equipas de futebol de formação em todos os escalões, desde as escolinhas aos juniores, temos também uma equipa de veteranos, e estamos a formar uma equipa de seniores para disputar o campeonato secundário da Associação de Futebol de Santarém”, referiu o presidente. Mas desportivamente o clube não é só o futebol, tem também um grupo de ginástica de manutenção e ginástica desportiva, e a equipa de futsal sénior que este ano foi vice-campeã distrital. E para arranjar verbas para o desenvolvimento de toda esta grande actividade, organiza vários eventos durante o ano. “Somos nós que organizamos as festas da freguesia, provas de BTT, rally paper, almoços convívio e torneios de futebol de veteranos. Deitamos mãos a tudo o que nos permita angariar verbas para fazer girar tudo isto. Apesar de estarmos aqui esquecidos posso garantir que não há muitas freguesias ou clubes com o número e diversidade de actividades que nós realizamos durante o ano”, garante Rui Subtil.O presidente do GDRS sente orgulho no trabalho que é desenvolvido no clube. “Temos a felicidade de ter sempre voluntários que nos ajudam a levar por diante todas as nossas organizações, também no futebol onde em todos os escalões se trabalha por gosto. Às vezes os pais podiam dar um pouquinho mais, mas é possível que nós os tenhamos habituado mal. Temos três carrinhas do clube e temos também a carrinha da Junta de Freguesia da Sabacheira sempre à nossa disposição e por isso somos nós que fazemos o transporte dos jogadores para treinos e jogos. Temos quase sempre jogadores dos três concelhos”. Disse.“O esquecimento a que somos votados é que por vezes nos desanima”Rui Subtil recebeu o repórter de O MIRANTE com grande satisfação. “É para nós motivo de orgulho ver que afinal o nosso trabalho não passa despercebido, e ver o interesse de um jornal que sabemos de grande importância nos distrito de Santarém é motivo de grande satisfação, porque pode ajudar a despertar as consciências dos responsáveis das nossas instituições”, disse.Até porque a direcção tem dois sonhos e projectos em carteira. “Apesar do esquecimento a que somos votados e que por vezes nos desanima. Não deixamos de trabalhar e procurar desenvolver a área desportiva e social”, garante o presidente.Para já há dois sonhos que estão na mente de todos os dirigentes do GDRS. “Na área social estamos a tentar avançar com um projecto de apoio domiciliário à população sénior que vive de algum modo isolada. Queremos avançar com esse projecto o mais rápido possível, para depois partirmos para a hipótese de construir um centro de dia. Não são projectos fáceis de implementar, mas as dificuldades ajudam-nos a trabalhar com mais vontade”, garantiu o presidente.Na área desportiva o sonho é o de colocar um piso sintético no campo pelado do clube. “O número e o valor de atletas que temos a praticar desporto no pelado já merecia que lhes dessemos melhores condições de treino e de jogo. Mas também sabemos que não vai ser uma tarefa fácil. A Câmara de Tomar já teve um projecto para colocação de sintéticos e o nosso campo estava nesse projecto, mas as dificuldades que a autarquia atravessa fizeram-no cair no esquecimento. Nós já pedimos um orçamento e foi-nos apontada uma verba de 170 mil euros, neste momento não temos hipóteses de levar a obra avante. Mas é um sonho que mais cedo ou mais tarde acabará por se realizar”, disse com convicção Rui Subtil.
O milagre do associativismo no Grupo Desportivo e Recreativo da Sabacheira

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